Os brasileiros às vezes podem confundir o seu nome ou mesmo a sua nacionalidade, mas poucos não reconhecerão frases como “Valeu a pena? Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena”, “Navegar é preciso; viver não é preciso” ou mesmo “A minha pátria é a Língua Portuguesa”. Assim é Fernando Pessoa no Brasil, um poeta do povo, presente nas canções e frases cotidianas. Tão popular que muitos até acham que era brasileiro.

Para explorar as complexas relações entre o conhecido e o desconhecido, o erudito e o popular, e também entre o poeta e as suas múltiplas faces, foi aberta no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, a exposição “Fernando Pessoa, plural como o universo”. Marcada pela ampla utilização de efeitos visuais e recursos interativos, estará aberta ao público até 30 de janeiro de 2011, em complemento ao acervo permanente do espaço.

Na mostra, é possível conhecer, ou “reconhecer”, diversos poemas criados por Pessoa e seus famosos heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernardo Soares. Em complemento à interatividade, também são apresentadas fotos, filmes, documentos, pinturas e originais, inclusive de grandes obras, como uma primeira edição do livro “Mensagem”, único publicado pelo poeta em vida.

Além de “navegarem” pela poesia e o cotidiano de Fernando Pessoa, os visitantes também poderão conhecer vários aspectos da formação da Língua Portuguesa no acervo permanente do Museu. Inaugurado em 20 de março de 2006, em parte do antigo prédio da centenária Estação Ferroviária da Luz, o espaço foi visitado por mais de dois milhões de pessoas até hoje, tornando-se um dos museus mais frequentados do Brasil.