A falta de horários de trabalho, de calendários de férias e mapas de pessoal, passando por documentos de contabilidade fazem parte da lista de irregularidades que a Autoridade para as Condições do Trabalho elaborou. Uma inspecção deste organismo à associação académica vai agora dar lugar ao pagamento de diversas coimas pela falta de cumprimento destes requisitos.
Para além da ACT, também as Finanças acabaram por ser alertadas para a existência de algumas irregularidades e estão agora a proceder a uma averiguação das contas da academia. Perante estas duas situações “e depois do aconselhamento de um advogado, optámos pela suspensão do gestor da AAUBI”, começa por explicar Rui Garcia. O antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral de Alunos e actual responsável pela Comissão de Gestão lembra que “o gestor é responsável por todos os funcionários da AAUBI e por toda a sua documentação, se não existiam, a falha é directamente da sua responsabilidade”. Para além da suspensão deste funcionário, a “Casa Azul” terá agora de pagar as coimas aplicadas pelas duas entidades. Por parte da ACT “sabemos que são montantes elevados, por parte das Finanças, estamos à espera de uma resposta”, desabafa o membro da comissão de gestão. Processos que “têm de ser resolvidos”, e que mantêm os trabalhos e actividades, “não em suspenso, mas em maiores dificuldades”.
Contudo, segundo Garcia, existem outras evidências “de mau desempenho profissional” por parte do gestor da associação académica. Uma análise realizada por técnicos oficiais de contas à AAUBI veio revelar “a falta de documentação e outras informações sobre as finanças da academia”. O responsável pela comissão de gestão garante mesmo “quando foi informado da sua suspensão, o gestor tomou uma atitude ilegal, caricata e imatura, que foi a de levar toda a contabilidade que existia na associação”. Neste momento, os responsáveis pela “Casa Azul” desconhecem as contas, as obrigações para com fornecedores e estão também impedidos “de aceder a contas bancárias da academia”. Garcia lembra que “tudo isso acarreta custos monetários, de imagem, entre outros e nunca poderei permitir isso”, daí a suspensão do gestor.
A associação académica aguarda agora o resultado de todas as diligências que estão a ser realizadas pelas entidades que inspeccionaram a “Casa Azul”. Garcia diz ter já dado conta da situação à equipa reitoral da UBI, “quer da situação financeira da associação, quer de outros assuntos”. Os responsáveis da universidade mostraram-se solidários com os estudantes “e estudamos agora uma possível transferência de verbas para apoiar algumas actividades que temos em agenda”. Também do Instituto Português da Juventude (IPJ) devem chegar algumas verbas “que vão ajudar a pagar as coimas”.
Por agora, a gestão da “Casa Azul” está entregue a uma empresa de contabilidade que “irá fazer o levantamento de dívidas, junto dos credores da academia e um plano de pagamento”. Garcia lembra que para além da situação que agora está a ser sentida na academia, “as actividades têm sido desenvolvidas com dinheiro deixado pela direcção do João Rey, uma vez que ainda não recebemos qualquer apoio desde essa data”.