Alcaria, Capinha, Peroviseu, Enxames são as quatro freguesias que iniciaram conversações no sentido de criar uma comunidade para a rentabilização dos recursos financeiros e materiais. A estas localidades do concelho do Fundão juntaram-se agora Salgueiro e Escarigo, também do mesmo concelho e Dominguiso, freguesia do concelho da Covilhã.
“Pensamos que faz todo o sentido que um pequeno grupo de freguesias consiga promover um núcleo territorial entre si. O objectivo desta estrutura é o de criar alguma dimensão para podermos rentabilizar alguns recursos existentes e lançar projectos conjuntos”, explica Rogério Palmeiro. O presidente da Junta de Freguesia da Capinha explica também que existem já outros planos previstos para este núcleo territorial como a criação conjunta de uma central de compras e de um parque de máquinas. “Esta nova ligação algo essencial, o concelho do Fundão tem 31 freguesias às quais tem de responder e é extremamente complicado, para nós, estarmos um ou dois anos a esperar por maquinaria, por exemplo, que nos possa arranjar os caminhos, abrir novos acessos, entre outros trabalhos”, continua. Partilhar recursos e ganhar escala, nesse sentido, é então o principal objectivo da reunião destas freguesias numa pequena comunidade intermunicipal. Palmeiro acrescenta que “para uma junta comprar uma retroescavadora, ou um cilindro ou outra máquina, acaba por não ser compensador. Trabalha com a máquina durante um período, mas depois não a utiliza e tem de continuar a pagá-la. Caso se crie este tipo de estrutura, as coisas são adquiridas em conjunto, saindo mais baratas para os diversos parceiros e são mais rentabilizadas. Para além de tudo isto ganha também o município porque não fica tão obrigado a dar apoio incisivo a uma faixa territorial”.
Este tipo de interligação entre diferentes freguesias está agora a ser ensaiado na região. Palmeiro garante que existe já apoio dos dois municípios que tutelam as freguesias e os responsáveis pelas diferentes juntas estão agora a analisar a melhor opção para concretizar esta parceria intermunicipal. “Penso que teremos de avançar para uma associação que nos permita um maior acesso ao crédito, aos programas comunitários, entre outros”, remata. Em relação à ideia de criar uma comunidade territorial na zona do Regadio da Cova da Beira, o autarca da Capinha lembra que “os presidentes de junta são aqueles que no terreno mais promovem as ligações. É certo que precisamos do apoio dos municípios para ganhar sustentabilidade, mas a uma escala local também conseguimos ganhar muita coisa. Regadio ou Terras do Granito podem ser designações desta associação que não descurando as relações que cada um tem com as câmaras, pretende partilhar alguns recursos e algumas ferramentas”, sublinha.