O processo da nova Barragem das Penhas da Saúde continua a dar que falar. Desta vez, Carlos Pinto, autarca covilhanense, acusa o Governo de estar a travar esta obra que iria criar postos de trabalho na região. Nas contas do social-democrata, estão já em jogo cerca de mil postos de trabalho. E pode mesmo falar-se de jogo, uma vez que o Casino da Serra da Estrela também entra na aritmética do edil.
Um conjunto de investimentos pensados para a zona da Covilhã, mas que acabam por não ter luz verde do Governo. Pinto garantiu, na última assembleia municipal que “o Governo não deixa que a Covilhã tenha mais mil empregos nesta altura, não é por falta de dinheiro, mas sim de burocracia”. Nos dois casos apontados Pinto diz que está assegurado o financiamento. Mas neste caso não há forma do processo de construção da barragem seguir em frente.
O presidente da Câmara da Covilhã acrescenta que toda a situação configura mesmo um caso de “escândalo nacional”. Depois de vários estudos e documentação solicitada surgiu o caso “de uma família que diz ter uma casa nos terrenos afectados pela construção da barragem que é para ser classificada como importante, mas que já se provou que não, agora são umas águas consolidadas, e a isto só o primeiro-ministro é que pode por ordem na casa, porque temos secretários de Estado que são académicos de muito mérito, mas que de política não vêm nem querem saber patavina”.
Caso o projecto de construção da barragem já tivesse sido aprovado, “de certeza que haveria mais empregos”. Quanto a todo esse processo, Pinto garante que já falou com o primeiro-ministro. No passado dia 30 de Abril, durante as cerimónias de mais um aniversário da UBI “falei com o senhor primeiro-ministro sobre o assunto, mas o silêncio é total”, garante o edil covilhanense.
Neste aspecto, Pinto adianta que “o tribunal administrativo já deu luz verde para a expropriação dos terrenos para a construção da barragem e agora estamos dependentes de uma declaração de impacto ambiental de um secretário de Estado há mais de oito ou nove meses não dá despacho”. O mesmo secretário de Estado “que libertou boa parte do Tejo para um grupo de construção, o mesmo que com as maiores das facilidades libertou um bocado de rio junto de Coimbra para se fazerem pescarias e coisas de trutas ou marmotas”.