“Se as contas do Governo fosse como as da Câmara da Covilhã, outro galo cantaria”, atesta Carlos Pinto. Após ter sido questionado pelos deputados municipais, na última assembleia, sobre as contas do município serrano, o chefe do executivo garantiu que na edilidade “temos as coisas organizadas e planeadas para o dia-a-dia”, já no caso do Governo Central, “o mesmo não se passa”.
A confiança na tesouraria municipal acabou por levar Pinto a garantir que o caso da Covilhã deveria ser levado em consideração, como um exemplo, ao contrário daquilo que actualmente acontece com a administração central. Num discurso bastante crítico relativamente a José Sócrates, o autarca social-democrata garantiu que o dinheiro canalizado de Lisboa para a Covilhã tem vindo a ser cada vez menos. A visão das contas municipais e nacionais, na óptica de Pinto, é “séria e não segue algumas vozes bacocas”.
Embora a gestão seja considerada como exemplar, no caso dos fundos gastos com o estágio o autarca social-democrata acabou por não avançar valores. Pinto explica que para esse caso gostaria de ter dinheiro “para quantificar os custos e ganhos” da vinda da selecção à Covilhã. O social-democrata parece ver esta situação através de duas perspectivas, ou melhor, como uma balança, com o prato das despesas e com o dos benefícios. Mas se as contas já estão pagas ou vão ter de estar, a vinda de verbas parece não levar o mesmo caminho. Pinto garantiu na assembleia municipal que ainda existe dinheiro que a federação deve fazer chegar à Câmara da Covilhã. Verbas provenientes dos ingressos dos jogos internacionais realizados em solo covilhanense, e também dos direitos de transmissão televisiva desses mesmos jogos. Nas palavras do edil, este tipo de acontecimentos que acontecem em cidades como a Covilhã “de tempos a tempos”, acabam por “colocar a cidade nas parangonas dos jornais”, mas tal “custa muito dinheiro”.