O trabalho numa multinacional ligada à indústria automóvel começou a apresentar alguns desafios cujos conhecimentos adquiridos há mais de dez anos numa licenciatura em Matemática/Informática, na UBI, pareciam não ser suficientes para responder da melhor forma. Susana Cerca, que confessa ter sempre gostado de desafios, decidiu então abraçar mais um e frequentar o mestrado em Engenharia Informática.
Como desempenha funções numa multinacional do ramo automóvel, “a maior parte dos projectos são apresentados, em inglês, aos responsáveis da estrutura”. Apesar de não ter grandes dificuldades neste idioma, Susana Cerca sublinha que “existem conceitos e ideias difíceis de explicar”. Daí que tenha pensado na animação em três dimensões como plataforma para desenvolver e passar as suas ideias. A primeira aula na cadeira de animação e realidade virtual “foi como que a confirmação de tudo aquilo que estava à espera”. Por ser trabalhadora-estudante, a jovem informática começou por frequentar apenas as primeiras aulas do mestrado “e naquela percebi de imediato que estava no sítio certo”.
Apresentado o programa de desenho em três dimensões, começou o trabalho. “Tinha já uma ideia em mente e foi mais fácil começar a trabalhar nessa base.”. As maiores dificuldades passaram pela exploração do programa e “pela criação de uma animação que se mostre simples, mas que tenha diferentes aplicações informáticas”. O trabalho acabou por valer “uma boa nota” na cadeira e também o convite de Frutuoso Silva, docente da UBI, a Susana Cerca, para participar no Sigmad Animation Festival. Um trabalho que foi seleccionado para estar neste evento de reconhecimento internacional e que acabou por ganhar na categoria de “Amador”.
Para a autora, “este prémio foi uma surpresa total”. Sem qualquer experiência, quer no programa, quer em termos de animação, “foi encarado mais como uma prova das potencialidades da animação virtual”. Uma área que Susana Cerca espera agora vir a ter possibilidades de explorar. Entretanto, o “treino” para novas animações “vai sendo feito já na área laboral”. As apresentações dos projectos quer a gestores de topo da multinacional, quer aos utilizadores finais “já são apresentadas por animações que faço”. Uma forma de contornar o problema da língua “mas também uma mais valia na apresentação das ideias”, garante a aluna de mestrado da UBI, que apenas lamenta a falta de tempo para acompanhar de mais perto as aulas.