Gisela Marques Pereira Gonçalves, é a autora da tese de doutoramento intitulada “Relações públicas e comunicação. A tensão entre os interesses privado e público” e apresentada na UBI.
Um estudo que pretende conseguir desenhar “uma perspectiva ética das relações públicas, ou seja, uma visão das relações públicas na esfera pública que vá além da ideia de que as relações públicas são manipulações e a intrusão no debate público”, começa por explicar a autora do trabalho agora defendido na academia covilhanense.
Um tese que dá também “uma visão de que as Relações Públicas têm um papel importante na medida em que dão voz às empresas e que essa voz é o resultado da comunicação com os diferentes públicos”.
Segundo Gisela Gonçalves, “ainda existe muito a imagem das relações públicas como uma forma de ludibriar a opinião pública”. Contudo, a autora da tese sublinha também que “esse mesmo rótulo está a desaparecer, fruto da existência de cada vez mais profissionais”. Este estudo tem também uma análise mediática da percepção “onde consegui constatar que há já uma opinião de fundo a considerar as relações públicas como algo necessário”.
Directores de comunicação e consultores de agência, “todos eles consideram que seria contraproducente não ter uma política de relações públicas nas suas estratégias de comunicação e ser uma postura séria, até porque ‘a mentira tem pernas curtas’ e portanto só haverá consequências nefastas”, acrescenta Gisela Gonçalves.
Uma das principais conclusões desta tese aponta para a necessidade de “apostar nas relações públicas porque estas são fundamentais para legitimar as empresas no espaço público, as empresas estão sob escrutino constante e logicamente não podem nunca deixar de comunicar de forma ética com jornalistas e opinião pública”.
Jesus Timóteo Alvarez, professor catedrático da Universidad Complutense de Madrid, António Carreto Fidalgo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Mário Lino Barata Raposo, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Anamaria da Rocha Jatobá Palacios, professora adjunta da Universidade Federal da Bahia, Joaquim Mateus Paulo Serra, professor associado da universidade da Beira Interior, Eduardo José Marcos Camilo, professor auxiliar da universidade da Beira Interior e Teresa Augusta Ruão Correia Pinto, professora auxiliar da Universidade do Minho formaram o júri da tese.