Jerónimo de Sousa veio, pela terceira vez, à “vila operária” do Tortosendo pela A-23. Uma das auto-estradas que não apresentavam, até aqui, custo para o utilizador, mas que dentro de algum tempo vai passar a ter portagens. O secretário-geral do Partido Comunista Português aproveitou esta medida do executivo governamental socialista para exemplificar aquilo que tem sido um conjunto de leis “contra o Interior do País”.
Na terceira festa comício, promovida pela distrital de Castelo Branco do PCP, Jerónimo de Sousa alertou para o facto de se estar a apostar cada vez numa política de “encerramento de serviços, desde as maternidades, às escolas, passando pelas empresas e pelos serviços públicos, tudo parece destinado a fechar”. O secretário-geral dos comunistas não se revê nesta política “sem bases ou critérios de justiça social e territorial”.
O Governo está, ainda nas palavras do responsável máximo pelo PC, a praticar um conjunto de acção que vão acabar por “encerrar todo o Interior”. A saída de jovens destas regiões para o Litoral, a deslocalização de empresas e a falta de projectos para estes territórios acabam por “comprovar os cenários mais pessimistas”.
Mas nem só de política com impacto local se falou nesta festa comício. Jerónimo de Sousa acabou por aproveitar o momento “quente” para atirar mais algumas críticas ao presidente da Comissão Europeia. A posição de Durão Barroso, no apoio à normativa dada pelo tribunal europeu que vai contra o uso da golden share na Portugal Telecom “é a prova de que está contra o País e do lado do capital”. Jerónimo acrescenta que muitos devem agora estar arrependidos de terem dito “que era bom para Portugal tê-lo como presidente da Comissão Europeia”. Neste caso, em que os interesses “do Estado e do povo português” acabaram por levar à decisão governamental de vetar o negócio entre a PT e a Telefónica, “Durão Barroso colocou-se logo do lado do capital”.
Exemplos políticos que “de uma ou de outra forma” acabam por não se enquadrar nas necessidades do País e dos seus cidadãos, e que por isso mesmo “vão ser expulsos pelo povo”.
Cerca de 150 pessoas estiveram presentes neste comício, o terceiro a ter lugar no Parque de Merendas do Tortosendo e a contar com a presença de Jerónimo de Sousa. Um evento que está também inserido nas 500 iniciativas que o PCP pretende realizar “contra o PEC”, até ao próximo mês de Setembro.