O primeiro dia de Mónica Augusto, na Covilhã, foi o lhe custou mais. Mas a adaptação não se ficou a dever ao facto de estar numa nova cidade, ou de ter contactado pela primeira vez com uma universidade e todo um conjunto de diversos de instalações. O motivo desta tristeza momentânea ficou-se por algumas mensagens e recordações dos colegas que começavam a semana de férias no rio ou numa esplanada, onde aproveitavam o forte calor do Verão.
Mas a jovem aluna da Escola Secundária de Arganil, que veio para a Covilhã durante uma semana, integrada num estágio do programa Ciência Viva, depressa começou a aproveitar o tempo na academia serrana. A aluna do 10º ano de escolaridade partilhou um dos laboratórios de Física com Pedro Baião, aluno da Escola Secundário Emídio Navarro, em Almada. O grupo orientado por Sandra Soares, do Departamento de Física, teve aulas teóricas “Sobre matérias que são ministradas nos seus programas curriculares do secundário, mas acabam por ter acesso a um conjunto de experiências e até de conhecimentos complementares que lhe dá uma melhor preparação”, começa por explicar a docente da UBI.
Durante o mês de Julho, a academia covilhanense acolhe estudantes vindos de todo o País que participam nestas iniciativas. Pedro Baião veio de Almada estrear-se numa universidade. As expectativas do jovem que frequenta o 10º ano passavam sobretudo “por ficar a conhecer por dentro o que é uma universidade. Edifícios muito grandes, laboratórios e outra vivência”. Durante uma semana, o contacto com a UBI, através do Ciência Viva “acabou por ser decisivo em várias sentidos, quer por aquilo que aqui aprendemos, quer pela oportunidade de conhecer os cursos e a forma como se ensina na universidade”. Também Mónica Augusto dá por bem empregue o tempo passado “numa cidade onde as pessoas são muito simpáticas e acolhedoras”. A estudante de Arganil mostra um sorriso largo quando pensa na hipótese de vir a estudar na Covilhã. Tem outras universidades em vista, mas a experiência de uma semana, passada na “cidade neve” marcou pontos para a UBI.
Os dois alunos, aos quais se vão juntar mais cinco já esta semana, acabam por referir um dos objectivos principais deste programa. Para além da vivência em ambiente universitário “acabam-se por ficar com um ideia geral das formações e o que pode ser a escolha de uma carreira”.
Sandra Soares, a docente do Departamento de Física que tem vindo a acompanhar e promover este tipo de eventos há já vários anos refere também estes aspectos. Para além da mostra das capacidades das instituições, a vinda de alunos “serve também para despertá-los para áreas essenciais que muitas vezes são secundarizadas nas escolas”. O caso da Física “uma área base em todo o ensino” é bem exemplo disso, diz a docente e investigadora. Os alunos interessados podem integrar este tipo de eventos através do portal Ciência Viva. Durante uma semana existem estágios, aulas abertas e experiências em ambiente universitário num vasto leque de áreas científicas.