Rever o orçamento da Câmara da Covilhã para minorar os efeitos do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) é o principal objectivo do Bloco de Esquerda. Na próxima sexta-feira, dia 2 de Julho, a Assembleia Municipal da Covilhã reúne e o Bloco de Esquerda espera ter aí o momento oportuno para avançar com as suas intenções.
Os cortes aplicados pelas medidas de austeridade do Governo levam a que autarquia covilhanense sofra “um corte de 3,79 por cento – 525 mil 137 euros – nas transferências do Estado para o Município da Covilhã”, garantem os bloquistas. Face a esta realidade os membros da concelhia covilhanense do Bloco adiantam que “o orçamento camarário deve ser objecto de revisão orçamental, em sede de assembleia”.
No entender dos membros desta força política, “o corte imposto pelo PS e pelo PSD em Lisboa não pode ser aplicado cegamente. Nos momentos de crise, as prioridades têm de ser reavaliadas e a sede para essa discussão é a assembleia”. Isto porque, o conjunto de medidas impostas pelo Plano de Estabilidade e Crescimento “não são uma mera alteração, trata-se de uma revisão do orçamento e deverá, portanto, ser discutida e votada na assembleia”.
De um modo geral, o Bloco de Esquerda aponta para um corte global de cem milhões de euros na transferência de fundos de Estado para as câmaras municipais. Desta forma, “o PEC vem fomentar a velha política do “interioricídio” e do centralismo”. Para o Bloco de Esquerda da Covilhã, este conjunto de medidas acabam por agravar “uma política recessiva e centralista do PS e do PSD que tem de ser contrariada”. Na óptica dos membros da concelhia covilhanense, a falta de verbas “não pode também ser um mero pretexto para o PSD local aplicar mais cortes na área social. O Bloco sustenta que, quase a meio do ano e no contexto deste corte, é fundamental fazer um balanço da execução do orçamento e redefinir prioridades”.