A localidade alentejana de Serpa vai ser palco de mais um festival “Noites na Nora”. Um evento promovido pela Ball 17 – Companhia de Teatro na Educação do Baixo Alentejo que recebe peça de todo o País. Entre elas, está um dos mais recentes trabalhos do Teatro das Beiras.
A 4 de Julho sobe ao palco “A Casa da Imaginação”, uma criação colectiva deste grupo covilhanense que conta com a interpretação de Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Teresa Baguinho. Joana Oliveira é a responsável pelos figurinos e pelo desenho de luz. Um trabalho que procura “descobrir a morada da imaginação”. Os responsáveis pela companhia descrevem este trabalho como “a aventura de um grupo de exploradores por entre uma floresta, à procura de um objecto valioso que há muitos anos ficou esquecido numa gruta. A viagem demorou alguns meses. Descobriram muitos tesouros, mas do que eles se vão lembrar não é das riquezas que encontraram, mas sim da viagem que fizeram para lá chegar. Uma viagem tortuosa, com caminhos curvos, cheios de altos e baixos onde encontraram o bem mais precioso que possuímos: a nossa imaginação. A morada onde ela vive continua a ser um enigma que apenas podemos descobrir se a procurarmos dentro de cada um de nós”.
“Noites na Nora” é um festival de teatro, mas também de música, dança, novo circo, teatro de marionetas, cinema e residências para criações artísticas. Este ano decorre a 11ª edição desta iniciativa com um cartaz de eventos distribuído por 23 dias. Os espectáculos acontecem todas as noites - (excepto às segundas feiras) - pelas 22.30 horas, num espaço privilegiado, o espaço da Nora, no coração do Centro Histórico de Serpa, de onde se destaca o Aqueduto de Serpa, ex-líbris da cidade, e a Nora, engenho ancestral de alcatruzes construído no séc. XVII.
Já a peça “Cirineu, uma morte anunciada” de Fernando Paulouro Neves, será exibida em Braga, no dia 7 de Julho. Este é um espectáculo para o ar livre que conta com a encenação de Antónia Terrinha, música original de Rogério Peixinho e interpretação de Antónia Terrinha, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rogério Peixinho, Rui Raposo Costa e Teresa Baguinho.
Este trabalho, que estreou há bem poucos dias na Covilhã, está inserido no “Mimarte” – Festival de Teatro de Braga. Uma iniciativa que vai decorrer de 2 a 11 de Julho e pretende levar até à cidade dos bispos, uma dezena de representações, que terão como palcos o Rossio da Sé, o anfiteatro ao ar livre do Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa e o Theatro Circo. A peça do Teatro das Beiras sobe ao palco a 7 de Julho, pelas 21.30 horas. Um trabalho onde se pretende evidenciar “a ténue fronteira que distingue o justo, do justiceiro, num mundo desigual”.
“Num tempo, onde ser pobre, era ser infame, Cirineu aparece-nos como um grito de revolta dos oprimidos, dos fracos, dos malnascidos. Esta é a história de um passado recente, dividida em ricos e pobres; entre quem tem o poder e quem é subjugado e onde a impunidade de quem manda, contrasta com a fragilidade de quem nada pode.
Ontem, como hoje (em que as desigualdades sociais são cada vez mais acentuadas), é uma história para não esquecer”, acrescentam os membros deste grupo.