Mais um aniversário e mais alguns presentes da cidade aos bombeiros. Contudo, a prenda mais desejada acabou por, mais uma vez, não ser entregue. Trata-se do novo quartel solicitado pelos soldados da paz há já alguns anos.
A actual estrutura, localizada junto ao Campo das Festas da Covilhã começa a não dar resposta às necessidades da corporação. Para além do espaço físico do quartel que acolhe os voluntários e serve de casa a viaturas e equipamentos dos bombeiros estar já completamente ocupado, a sua localização dificulta algumas operações. Este ano, as celebrações de mais um aniversário começaram na passada semana, com uma cerimónia no Paul, freguesia que acolhe uma secção dos voluntários covilhanenses. No passado fim-de-semana, 26 e 27, os eventos que tiveram como objectivo assinalar os 135 da corporação, tiveram lugar na sede de concelho.
Sábado foi dia de simulacro, exercício prático que serviu para mostrar algumas potencialidades dos meios humanos do corpo de bombeiros, mas também alguns equipamentos à disposição desta corporação. O relato da situação pode ser feito de forma simples. Uma aeronave embate contra um prédio e deflagra um incêndio. Fortes cargas térmicas, trajectos de socorro às vítimas bastante dificultados e está montada toda uma complicação de difícil saída. Através de uma auto-escada, mas também com apoio de outros meios lá se vão encontrando soluções.
O exercício foi apenas mais uma demonstrações e treino dos voluntários covilhanenses. Uma tónica que mereceu destaque no discurso de José Flávio. Para o comandante dos bombeiros covilhanenses, para além da sede “já pedida há algum tempo, faz agora falta um campo de treinos”. Uma estrutura polivalente, com cerca de um hectare de área, onde os soldados da paz possam “ter formação para vários cenários de acidentes, desde socorro de vítimas encarceradas em viaturas, até tinas para trabalhar com hidrocarbonetos, passando por estruturas de simulação de incêndios em habitações e indústrias”. Flávio não sabe ainda o custo desta ferramenta de preparação dos bombeiros, nem a sua localização. O comandante da corporação que faz agora 135 anos sabe apenas que “os meios humanos que temos aqui e o historial da associação levam a que a população esteja à espera de uma resposta à altura quando necessária”. Para tal, torna-se imperioso “um espaço de formação”. Este campo poderá não só servir os bombeiros covilhanenses, como os de outras corporações e até da vizinha Espanha. Uma vez que não existe na região uma estrutura deste género, “esta poderia ser dinamizada com treinos até para funcionários de empresas que constituem equipas de primeira intervenção nas suas entidades empregadoras”, acrescenta ainda o comandante.
Ao repto lançado pelo comandante no passado sábado, 26, a autarquia covilhanense respondeu um dia depois pela voz de Pedro Silva, vereador com o pelouro da Protecção Civil. Segundo este responsável autárquico, a edilidade tem vindo a mostrar-se “completamente disponível” para apoiar os projectos da corporação. Os bombeiros da Covilhã, que receberam de alguns empresários novas viaturas, assinalaram 135 anos de actividade, no passado domingo.