Foi da boca de António Ezequiel, empresário da Covilhã que inaugurou novas instalações para a sua firma, que Fernando Serrasqueiro ouviu “um pedido de ajuda”. É imprescindível para quem investe na região, “que a auto-estrada não tenha portagens”.
O secretário de Estado do Comércio ouviu o “recado” e, no final, garantiu que a A-23 “não terá portagens”. Anúncio feito depois de na passada semana, o também secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e Comunicações ter anunciado a realização de estudo que prevê a introdução de pagamentos, por parte dos utilizadores, nesta via.
Serrasqueiro desvalorizou esse trabalho e garantiu que se trata apenas “de um levantamento”. À Rádio da Covilhã, o representante do Governo começou por explicar que “o que está em cima da mesa é apenas um estudo de viabilidade de portagens”. Contudo, “a região não corresponde aos requisitos mínimos para colocar pagamentos nas auto-estradas”.
Para que estas vias passem a ser pagas directamente pelos utilizadores, “tem de existir todo um conjunto de condições que aqui não se aplicam”. Serrasqueiro diz que, no caso das estradas que passam agora a ter portagens “existem alternativas”. Um caso que não se aplica na região, uma zona onde também, o poder de compra está abaixo da média nacional. Para além disso “existe também esse factor estruturante, da auto-estrada ser uma via de ligação ao litoral”.
Mas se por um lado a garantia do representante governamental, em relação à não aplicação de portagens foi uma novidade bem recebida, por outro, o adiamento de uma nova ligação a Coimbra veio “estragar a festa”. O governante sublinhou que uma nova estrada para aquela cidade “tem de ficar para depois”. “Atravessamos uma fase com uma carência de financiamentos em todos os sectores”, diz o secretário de Estado. Nesse sentido, o lançamento de uma obra desta natureza iria levar os empreiteiros a recorrer ao crédito bancário. Mas “hoje não há grandes condições de acesso ao crédito”. Há que levar em linha de conta também “as duas ramificações da crise e aqui o Estado tem de ter as contas públicas mais equilibradas, mas também tem de zelar pelo financiamento dos sectores produtivos”, reiterou Serrasqueiro.