Urbi@Orbi- O que o levou a candidatar-se a presidente de direcção do CASD?
José Duarte Minhoto (JDM) – A anterior direcção já há muito tempo que não estava a funcionar devidamente. Desde o início que o tesoureiro e dois vogais, deixaram de comparecer quer no centro quer a quaisquer reuniões. As próprias reuniões, onde quer eu, como presidente da Assembleia Geral, quer o presidente do Conselho Fiscal participávamos regularmente, eram efectuadas inicialmente no CASD, de 15 em 15 dias, passando a mensais, e depois deixaram de ser efectuadas ou eram realizadas em cafés, no Dominguiso ou na Covilhã.
As relações do presidente com o Instituto de Solidariedade Social e com a Câmara da Covilhã, estavam cada vez mais degradadas, comprometendo os projectos futuros. O protocolo do subsídio para a compra da carrinha, esteve quase um ano na autarquia para ser assinado e desde o dia em que nos foram atribuídos os actuais acordos, nunca mais foram solicitados outros. Havia pois que modificar algo, até porque grande parte das responsabilidades da inoperância da direcção recaíam sobre mim, como presidente da junta, e não estando eu na direcção nada poderia fazer, pelo que decidi, assumir essas responsabilidades ou afastá-las de vez.
Urbi@Orbi - Que projectos tem para o futuro do CASD?
JDM - Pretendemos dar uma verdadeira dimensão Social ao CASD, onde todos os utentes possam ter não só as refeições, mas todos os cuidados que a que têm direito nas respectivas valências, bem como proporcionar-lhes actividades de convívio e lazer, e adequar as respectivas comparticipações aos rendimentos que possuem. Alargar estes benefícios às famílias em situação de carência, que infelizmente são cada vez mais, e sobretudo iniciar novas valências, como centro de convívio e centro de noite. Aumentar o número de utentes e de associados, e, como principal objectivo, o início da construção do futuro centro, planificado para a valência de lar, e por que a nossa população tanto anseia.
Urbi@Orbi - Uma vez que também ocupa o cargo de presidente da Junta de Freguesia do Dominguiso, será mais fácil concretizar esses projectos?
JDM - É sem dúvida mais facilitador para concretizar estes projectos, pois a ligação directa com a câmara, nomeadamente com a Rede Social, facilita-nos por exemplo, a candidatura ao Projecto Pares, o conhecimento das carências quer da freguesia quer do concelho, e sobretudo a concretização dos compromissos já assumidos pelo presidente da câmara, bem como a obtenção de outros subsídios para a comparticipação de actividades que pretendemos efectuar.
Urbi@Orbi - Após muitas promessas, já houve alguém que doou um terreno para a construção do Centro de Dia/Lar. É do conhecimento público que existiu anteriormente uma oferta de um terreno para a construção do Centro de Dia/Lar, bem como das suas especialidades e do valor monetário de 25 mil euros, por parte de um elemento da lista rival nas eleições. Irá reivindicar o cumprimento de tal oferta?
JDM- Efectivamente ofereceram numa sessão de assembleia de freguesia tudo isso, mas nunca concretizaram, apesar de terem sido durante mais de três anos dirigentes do CASD. Mas reivindicar não, pois essa oferta nunca foi concretizada em doação, não obstante lhe ter sido solicitado insistentemente pelos seus colegas dirigentes do CASD sem alguma vez ter manifestado vontade para tal. Iremos certamente contactar as pessoas em causa, se pretendem ou não manter as suas ofertas, quando e em que condições, depois certamente serão analisadas pelos corpos sociais e todos os esclarecimentos serão prestados quer em assembleia geral quer em assembleia de freguesia, onde estas ofertas foram efectuadas.
Urbi@Orbi - De que forma o pensa fazer?
JDM - Será feito pessoalmente e por escrito. Mantenho ainda a convicção de que mesmo não tendo quaisquer cargos directivos, as pessoas em causa irão manter as suas promessas ou parte delas, caso o terreno em causa não seja passível de construção.
Urbi@Orbi - Fala-se da existência de outras ofertas. Tem alguma em concreto?
JDM - Sim, existem. Ainda muito recentemente fui confrontado publicamente pelo nosso pároco, de que a oferta de 50 mil euros que fizera há alguns anos atrás se mantinha e se concretizaria, com o início da construção do novo centro. Também o presidente da Câmara da Covilhã, prometeu a mesma importância, com a colocação da primeira pedra, que já esteve agendada dois anos consecutivos nas festas da cidade da Covilhã.
Urbi@Orbi -Este projecto de construção do novo centro foi candidato a algum programa de apoio do governo?
JDM - Foi candidatado ao POPH -Eixo Prioritário 6 – Cidadania, Inclusão e Desenvolvimento Social - 6.12 - Apoio ao Investimento em Respostas Integradas de Apoio Social.
Urbi@Orbi -Qual foi o resultado dessa candidatura?
JDM - O projecto obteve uma pontuação de 60 por cento, sendo contemplados apenas os projectos com mais de 85 por cento. No nosso concelho foram contemplados apenas dois projectos, o da APPACDM e o da Santa Casa da Misericórdia, ambos na Covilhã. Este último, a sua candidatura foi também elaborada pela Fundiconsultores, calando desde já as más-línguas de que a nossa candidatura não foi devidamente apresentada.
A meu ver, o principal obstáculo à aprovação de mais candidaturas foram as escassas verbas disponibilizadas para financiamento, para uma área em que o nosso Governo tanto dizia que iria apostar.
Urbi@Orbi - Agora que não conseguiu o esperado apoio o que pensa fazer?
JDM - Continuar a aproveitar as possíveis candidaturas e tentar avançar com o projecto faseadamente, de forma a corresponder numa primeira fase às necessidades mais emergentes das valências às quais já prestamos apoio, com o auxílio da autarquia e da Junta de Freguesia do Dominguiso, também comprometidas com o projecto.
Urbi@Orbi - O presidente da câmara disse em Assembleia Municipal de que o apoio social que a autarquia possa dar no concelho irá ter cortes, dada a política do governo. Está apreensivo quanto a isso?
JDM - É sempre motivo de apreensão quando se fala de cortes dos benefícios sociais, até porque estamos a falar das pessoas mais desfavorecidas e carenciadas. Mas como é óbvio quando aos recursos financeiros da câmara são reduzidos em dez por cento, alguém tem que sofrer e neste caso todos os munícipes irão ser afectados. Mas estou convicto de que apesar da afirmação do presidente da câmara, serão os apoios sociais os que irão ser menos afectados, apenas serão retardados alguns dos novos apoios anunciados durante a campanha eleitoral.
Urbi@Orbi - Dos projectos futuros, qual aquele que gostaria de ver mais rapidamente concretizado?
JDM - Sem sombra de dúvidas era que pudéssemos iniciar brevemente a aspiração de toda a população do Dominguiso, a construção do Centro de Dia/Lar, preferencialmente em consonância com todos os ofertantes, e que todos estejamos unidos na sua concretização, pois não queremos que esta seja uma obra somente destes corpos sociais mas também de todos os que nos antecederam, bem como das outras associações que tiveram que abdicar da valência da terceira idade, para que hoje o CASD, seja uma realidade como IPSS.