Às seis da tarde poucos eram os que se aventuravam pela “Rua Direita”, na Covilhã, a fazer compras nas lojas do comércio tradicional. Alguns automóveis, um ou outro transeunte entre o trabalho e casa. Pelo meio, a marcha do Partido Comunista Português contra as medidas do Plano de Estabilidade e Crescimento.
Uma dúzia de militantes desfraldaram as bandeiras vermelhas do PC e acompanharam a deputada Paula Santos na sua visita à região. O dia que começou por uma passagem pelo Fundão e também pela Carveste acabaria na Covilhã, onde a eleita do PCP reuniu com a associação empresarial. O retrato dos vários lugares visitados pela deputada da Assembleia Nacional podia bem ser feito na rua comercial da Covilhã. Poucas pessoas, ainda menos vendas e uma “arruada” tímida.
Para Paula Santos, os populares que retribuíram o contacto, “mostram aquilo que se vê um pouco por todo o País, um sentimento de uma grande injustiça e o de que estas medidas que o Governo pretende implementar com o apoio do PSD, aumentando o IRS, o IVA, cortando nos subsídios e nos salários, acabam por exigir sempre o mesmo aos mesmos”. Na perspectiva do PCP, “estas linhas avançadas pelo PS e PSD têm muito pouco de crescimento e estabilidade e são mais um plano de estagnação e de retrocesso social, porque é isso que tudo isto vai fazer. Para quem trabalha vai significar mais injustiças, mais pobreza e exclusão social dentro da nossa população”.
Um dia que serviu também para contactar o comércio tradicional. Depois de uma reunião de trabalho com a associação empresarial, a deputada eleita pelo PCP ficou a conhecer a realidade da cidade da Covilhã. Segundo os responsáveis pela associação comercial, “nos últimos dois ou três anos cerca de 30 a 40 por cento do pequeno comércio fechou”. Para Paula Santos, “isto tem um efeito muito significativo não só na actividade dos comerciantes mas na vida económica da cidade.”