A notícia deixou em polvorosa os autarcas da região. Desde os presidentes de junta a presidentes de câmara, muitos foram os que se mostraram “totalmente contra” à possibilidade das escolas com menos de 21 alunos encerrarem as suas portas já no próximo ano lectivo.
Uma medida avançada pelo ministério conduzido por Isabel Alçada e que contou com o apoio do Primeiro-Ministro, José Sócrates, que garantiu, numa visita a Trancoso, no passado sábado, “decidir em conjunto com as autarquias”. Contudo, os presidentes de câmara parecem nem querer ouvir na possibilidade de encerrar mais escolas do Ensino Básico.
Para combater esta proposta já há mesmo quem ameace suspender o mandato em protesto com a aplicação desta. No caso de Penamacor, o edil socialista, Domingos Torrão está disposto a abandonar a gestão da câmara como forma de protesto. O histórico socialista, que lidera a autarquia raiana há vários anos diz à Rádio Cova da Beira que “com este tipo de medidas não se sabe muito bem o que quer o País”. Para Torrão, a medida agora aprovada em Conselho de Ministros “vai levar a que as famílias abandonem estas freguesias”. No entender do autarca, este não é um assunto novo, até porque algumas escolas já foram encerradas. Contudo, a fechar os restantes estabelecimentos “isso seria a machadada final em Penamacor”. Por isso mesmo, Torrão admite “ir ao Terreiro do Paço entregar as chaves da autarquia”.
Também a Câmara da Covilhã discutiu o projecto governamental que prevê encerrar cerca de 900 escolas, uma medida que irá implicar 15 mil alunos. Na reunião do executivo covilhanense o assunto foi abordado. Carlos Pinto, o social-democrata que lidera a câmara referiu à RCB que “recusa o encerramento de qualquer escola”. À mesma rádio, o edil declarou que “isto não é governar, é tomar decisões conforme a inspiração dos responsáveis que vão chegando ao ministério”. Os três vereadores eleitos pelo Partido Socialista também se mostraram contra esta medida.
O Fundão alinha pela mesma postura que os outros municípios. Para Paulo Fernandes, vereador responsável pelo parque escolar, “esta medida é cega e tem de ser negociada com as câmaras”. Fernandes pediu também a solidariedade dos pais na luta contra esta medida.