Depois de dois jogos de preparação, dezoito dias estágio e de 24 treinos realizados, a Selecção Nacional de Futebol vai embora da Covilhã, rumo à África do Sul onde vai disputar o Mundial de 2010. Tal como começou o estágio, a despedida dos jogadores à população da Covilhã foi com “casa cheia”, pois o Complexo Desportivo da cidade voltou a levar muita gente às bancadas para assistir ao penúltimo treino, o último de porta aberta, dos internacionais portugueses na Beira Interior.
Apesar das polémicas que os treinos abertos trouxeram, a população da Covilhã e de toda a região não deixou de estar presente no momento da despedida dos jogadores, que foi consumado no jogo frente aos Camarões, onde Portugal venceu por 3-1. Com tanto apoio demonstrado, os internacionais portugueses não ficaram indiferentes e pode ver-se no último treino o agradecimento dos jogadores que proporcionaram mesmo um dia diferente a crianças vindas de Guarda, Castelo Branco e, claro, da Covilhã. Os mais pequenos tiveram a oportunidade de jogar com os craques da selecção, onde mais do que um treino, a selecção mostrou estar próxima do público e em especial dos mais novos.
O público foi uma constante junto da selecção nacional. Embora nem sempre pudesse contactar com a equipa, quer fosse à porta do treino, do hotel, por onde passassem os autocarros com os jogadores, havia sempre pessoas à procura de ver os atletas, de poder cumprimentar, obter um autógrafo ou simplesmente fazer barulho para que os craques sentissem o apoio do público. De resto há pessoas para tudo no que toca à loucura do futebol, e vindos do Norte do País estão dois exemplos de força e vontade de apoiar a selecção. Por um lado o auto intitulados “Bolões”, que sonham recolher 3000 assinaturas para poderem ir à África do Sul acompanhar a selecção, e por outro lado um grupo de pessoas da Lixa, que durante sete meses trabalharam na construção de um sapato gigante para ser assinado pelos jogadores portugueses e no final… conseguiram.
Mas não é só o público a mostrar grande apoio e satisfação perante a selecção portuguesa. “Ainda não partiram e já estamos cheios de saudades”. Foi assim que o presidente da câmara municipal da Covilhã, Carlos Pinto, se referiu à selecção no sábado, na cerimónia oficial que juntou centenas de pessoas no pelourinho para ver os craques portugueses serem condecorados no salão nobre da câmara. De resto foi uma tarde de condecorações, pois além da medalha comemorativa, a Selecção Nacional recebeu ainda o prémio de “equipa do ano”, atribuído pela Associação de Jornalistas de Desporto (CNID). Também Gilberto Madaíl foi distinguido, recebendo a medalha de cidadão honorário da cidade da Covilhã, distinção que foi dada pela primeira vez desde que foi criada.
Formalidades aparte, centenas de pessoas tiveram a oportunidade de ver os internacionais portugueses desfilar pelo pelourinho, fazendo o caminho até à Câmara Municipal, cumprimentando a população e mostrando assim os fatos desenhados por Fátima Lopes, que os jogadores levarão até África do Sul. A estilista deslocou-se no sábado para estar perto dos atletas pode ver e ouvir também a confiança de Carlos Pinto na selecção. “Sou um admirador desta equipa com excelentes talentos, afirmou o presidente da câmara, realçando o empenho da cidade, que considera ter “vivido intensamente o dia-a-dia da selecção”. Para o autarca, “a passagem dos atletas, dos dirigentes e da equipa técnica pela cidade da Covilhã deixará uma recordação inesquecível junto da população, principalmente dos mais jovens”. Já quanto às possibilidades de Portugal no Mundial da África do Sul, Carlos Pinto mostra-se ambicioso. Afirmando que assistiu aos treinos, e admitindo ser um fã de futebol, o autarca está “absolutamente convencido que daqui a uma semana a selecção e a cidade da Covilhã estará de parabéns”.
É também com esta confiança que Gilberto Madaíl se mostra nesta altura em que cada vez mais o Mundial de 2010 está perto de começar. “Eu tenho fé e confiança no seleccionador, na equipa técnica e nos jogadores”, afirmou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que acredita na “vontade de elevar bem alto a bandeira portuguesa”.
Será esta a vontade de Gilberto Madaíl, dos jogadores, da equipa técnica e certamente de toda a população, não só da Covilhã, não só da Beira Interior, mas de todo o Portugal. Uns mais crentes que outros, uns com mais confiança na Selecção Portuguesa que outros, mas a maioria com vontade em que a selecção tenha sucesso na “aventura africana”, que para o bem ou para o mal terá tido o começo na cidade da Covilhã, que tudo fez para que os jogadores não só tivessem todas as condições de trabalho, mas também sentissem o calor humano que toda uma cidade pode dar aos internacionais portugueses que vão defender a camisola portuguesa no Mundial de 2010 na África do Sul.
Galeria de imagens do estágio da Selecção