O conceito de gastronomia pode até ser já familiar à maioria dos portugueses. Contudo, para Yanet Acosta, uma jornalista especialista na área, "ainda não existe uma produção noticiosa séria para este sector”.
Jornalista free-lancer e uma das organizadoras do primeiro curso de jornalismo gastronómico ministrado na Universidade Complutense de Madrid, Yanet Acosta esteve na passada semana, na UBI. O objectivo central da visita da jornalista espanhola passou por “mostrar todo um conjunto de possibilidades que estão a surgir nesta área”. Numa primeira fase, esta jornalista começou por explicar que existe uma forte diferença entre jornalismo gastronómico e os textos “que se limitam a apresentar produtos ou as tradicionais receitas”.
No entender de Acosta, esta área vai muito além de tudo isso “passa por se tornar uma especialidade onde os leitores podem encontrar informações especializadas sobre restaurantes, pratos, cozinheiros, mas também modos de preparação, ingredientes e até história da cozinha ou da gastronomia”. Isto porque, como frisou a responsável pelo workshop “a gastronomia não se esgota nos pratos”.
Nos últimos tempos “assiste-se a uma forte evolução nas necessidades dos leitores”. Segundo a jornalista, “são muitos os que querem um tipo de informação correcta e credível, nesta matéria”. Daí que, uma das propostas de futuro para os alunos que assistiram a esta actividade passe por “uma especialização nesta área”. Os cerca de dez alunos de mestrado e alguns profissionais da Imprensa referem que o workshop poderá a vir a ser um ramo de especialização futuro.
Segundo a jornalista free-lancer da agência noticiosa Efe, em Espanha existem já “pelo menos cem jornalistas especializados em gastronomia”, acrescenta. A mesma vai dizendo que a imprensa tem vindo aqui a ganhar um importante papel, na consolidação deste tipo de movimentos e por isso mesmo “em Portugal, esta é uma área que deverá estar a aumentar muito em breve”.