Através de um sistema de luzes e sensores, o “Alfa”, pequeno robot desenvolvido por dois alunos da UBI, consegue “desenhar” um sorriso, ou piscar o olho ao turista que chega a um hotel. Estas são apenas algumas das potencialidades deste aparelho desenvolvido por Tiago Moreira e Vincent Matos, alunos de mestrado em Engenharia Electromecânica, da Universidade da Beira Interior, no âmbito das suas teses de mestrado.
O pequeno aparelho está pensado para o sector hoteleiro, mas as suas potencialidades “são imensas”. Quem o garante é Felipe de Souza, docente da UBI e especialista em robótica, que apoiou o desenvolvimento deste aparelho. Um pequeno boneco que tem a capacidade de interagir com as pessoas. Duas áreas principais de trabalho “electrónica e mecânica, estiveram aqui em destaque”. A ideia começou a ganhar forma há cerca de meio ano. Os dois alunos estavam a meio da sua tese de mestrado e pensaram em conceber algo prático para traduzir as suas investigações e técnicas. Daí que a ideia de criar um robot animado tenha estado no topo da lista.
A partir desse conceito “começou o trabalho de construir uma plataforma, com base em peças, motores, circuitos e sensores”, explica o docente e orientador dos alunos. Passou-se depois para um robot “recepcionista”, até porque, desta forma, “existe a possibilidade de colocar em prática as capacidades entretanto adquiridas”. Todo o robot está programado para detectar de que lado chegam as pessoas, sorrir-lhes e também prestar algumas indicações. Este pequeno aparelho, desenhado a pensar no mercado da hotelaria e ainda sem uma forma envolvente terminada, pode ter um vasto leque utilizações. Desde dar as boas vindas aos hóspedes dos hotéis, até prestar informações sobre os quartos, os serviços presentes nas diferentes entidades hoteleiras passando por explicar o que os turistas podem aproveitar na região.
Felipe de Souza conta que “quando foi conhecida a decisão final da Federação Portuguesa de Futebol em relação ao local onde a selecção iria estagiar para o Mundial de 2010, os dois alunos acabaram por delinear mais o robot para que fosse capaz de receber os jogadores da equipa das Quinas”. Ainda assim, o aparelho acabou por não ser mostrado aos jogadores.
O “Alfa” vai ainda receber algumas melhorias, nos próximos tempos. Trabalhos realizados pelos dois alunos que se dedicaram ao projecto. Felipe de Souza lembra a importância deste tipo de actividades para a formação dos futuros engenheiros. Este especialista na área da robótica sublinha que “há 15 anos era impensável desenvolver este tipo de aparelhos nas universidades, actualmente, com algum trabalho, os alunos são capazes de dar forma a estes robots”. Os dois estudantes são responsáveis por toda a montagem, programação e concepção do robot e o trabalho colocado agora na prática irá dar origem a duas teses, uma na área da mecânica e outra na electrónica.