No final da última semana, dias 20 e 21, o Curso de Optometria da UBI realizou um colóquio intitulado “Optometria no século XXI: o futuro da visão” no Anfiteatro das Sessões Solenes. Uma prática que tem vindo a ser uma realidade nos últimos quatro anos, estas conferências pretendiam dar aos alunos um maior conhecimento sobre os problemas que poderão vir a enfrentar no mercado do trabalho e, além disso, uma maior noção das questões com que um oftalmologista se poderá deparar quando estiver a exercer a sua profissão.
No primeiro dia o auditório encheu com cerca de 120 pessoas que quiseram conhecer as ideias de especialistas como Tito Ramos, profissional da Ocular Eye Care - OEC - e antigo docente da UBI, ou Jorge Silva, secretário da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria - APLO, acerca dos principais problemas que se vão encontrando na área em questão, como a correcção e melhoria da visão dos pacientes. Os restantes oradores convidados foram expondo os seus pontos de vista ao longo do dia, sendo que também foi dada a conhecer aos alunos a legislação pela qual um optometrista se deve reger ao longo da sua carreira profissional. Este colóquio contou ainda com a presença de docentes da Universidade do Minho, que procuraram partilhar a sua experiência na área com os alunos ubianos.
Já na sexta-feira, pouco mais de 30 alunos presenciaram as apresentações previstas para o último dia. Com uma mesa composta por convidados como Tito Encarnação e Santiago Escandón, ambos antigos estudantes da UBI e profissionais na área das Ciências da Visão. Tito Encarnação começou por salientar que “a leitura é uma das principais dificuldades que encontra nos pacientes, problema que influencia a aprendizagem dos estudantes”. Estas dificuldades sentidas durante a leitura não aparecem apenas durante a idade mais avançadas de uma pessoa, mas também podem ocorrer quando se é jovem.
Por outro lado, Santiago Escandón afirmou que “o envelhecimento da população é uma das principais causas que provoca a diminuição da qualidade da visão”, sendo que “é a partir dos 45 anos de idade que esta dificuldade se acentua”. Para este antigo aluno do mestrado de Optometria da UBI, “o aumento da esperança média de vida é uma dificuldade que precisará de ser controlada”. Santiago Escandón salientou ainda a importância que as lentes de contacto terão no futuro, uma vez que “actualmente ainda existem relativamente poucos utilizadores deste tipo de correcção visual”.
Alberto Silva fechou este colóquio salientando que “a comunicação entre médico e utente pode ser crucial para a criação de laços profissionais”. Deste modo, a forma como se diz a um paciente que este tem dificuldades visuais pode provocar “reacções menos positivas, resultado da baixa auto-estima dos mesmos”. Alberto Silva ressalvou que “a aparência física de um indivíduo condiciona a formação da sua identidade, assim como o papel que este tem na sociedade”. No mesmo sentido, “um profissional da visão nunca deve dizer ao seu paciente que este tem dificuldades de visão por causa da sua idade avançada”.
Mário Coelho, estudante do curso de Optometria ressalvou a importância que iniciativas como esta têm para “quem quer aprender mais e ser um bom profissional na sua área”. Afirmou estar satisfeito com as ilações que retirou deste colóquio e refere que “os convidados foram bem escolhidos”.
Este colóquio contou com uma Comissão de Honra composta por Ana Paula Duarte, Vice-Reitora da UBI, Miguel Castelo-Branco, Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, Pedro Monteiro, coordenador do segundo ciclo do curso de Optometria e Ciências da Visão e Amélia Nunes, coordenadora do segundo ciclo de Optometria e Ciências da Visão.