Em mais uma comemoração do dia Internacional dos Museus, subordinada ao tema “Harmonia Social”, o Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior (UBI) contou com inúmeras actividades. No passado dia 18 todos os interessados podiam visitar exposições permanentes dos núcleos da Real Fábrica Veiga e da Real Fábrica de Panos. Nesta última podia-se observar a exposição temporária “Cidades Invisíveis” – fotografia de viagem sob o olhar de Italo Calvino, de Juan Carlos Quindós. Uma feira de obras de Jaime Lopes Dias, e uma conferência sobre a obra literária “Café Montalto” foram ainda algumas das variadas actividades realizadas neste aniversário dos museus.
A palestra realizou-se no Núcleo da Real Fábrica Veiga e foi proferida pelo escritor covilhanense, Manuel Silva Ramos, e autor da obra “Café Montalto”. Um livro “que não deixa indiferentes os covilhanenses”, revelou a Directora do Museu, Elisa Pinheiro. De acordo com aquela responsável pretendeu-se com esta conferência, moderada pelo jornalista e Director do Jornal do Fundão, Fernando Paulouro Neves, “celebrar a harmonia social, uma vez que foi através do confronto e do respeito pela diferença que pretendemos que se estabelecessem pontes a nível social”. A Directora afirmou ainda que “esta conferência não foi só uma forma para contribuir para a harmonia social, mas também para um reforço da identidade da cidade da Covilhã”.
O museu, que tem feito diversas acções de sensibilização e de divulgação do património industrial da Covilhã, recebeu ainda neste dia a tecelã e também professora, Maria Altina Martins. A artista veio à Covilhã mostrar as suas novas obras de arte contemporânea. A exposição temporária de tapeçaria intitulada “Foz Côa e Jóia Têxtil” está em exposição pela segunda vez e demorou cincos anos a ser criada. “Foram cinco anos da minha vida, cinco anos sem fins-de-semana, cinco anos sem férias, no entanto cinco anos de grande introspecção e que felizmente está aqui para se apreciado, fruído por vós!”, referiu a tecelã.
Nas 18 peças deste trabalho o visitante irá encontrar Foz Côa e Jóia Têxtil. Para a Maria Altina Martins “ chamar Foz Côa a uma exposição de tapeçaria é uma metáfora que expressa o paralelismo da pré-história com a realidade têxtil, tão remota quanto a Humanidade, e o paralelismo do tecido que é produto de uma necessidade social e criatividade humana, com a tapeçaria contemporânea. Neste trabalho foco e abordo a procura de uma raiz cúmplice de génese e de continuidade num modo de fazer e de pensar”. Para a tecelã “no fundo este trabalho serviu para concretizar o tecido histórico que é a tapeçaria”. A exposição estará patente ao público até ao dia quatro de Julho, no espaço do Núcleo da Real Fábrica Veiga, na Covilhã.
Maria Altina Martins tem já uma outra exposição preparada que aborda a joía têxtil. No entanto esta será um pouco diferente. A artista decidiu representar este tema em miniaturas por considerar que “peca” nas dimensões das suas obras.
Neste dia houve ainda a oportunidade de os presentes poderem apreciar, no Núcleo da Real Fábrica Veiga, um pouco de música. A orquestra de cordas da Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI) deu um concerto de música no dia em que se celebrava o dia Internacional dos museus com o tema “Harmonia Social”.
No final do dia a Directora do Museu de Lanifícios da Covilhã, Elisa Pinheiro, fez um balanço positivo, considerando que este “foi um dia de grande importância para a instituição, onde se tratou o tema escolhido pelo ICOM, que pertence à actualidade e que interessa a todos”.