O Teatro das Beiras apresenta o espectáculo “A Neve”. A mais recente produção deste grupo, que tem por base contos de Vergílio Ferreira, esteve ontem, 25 de Maio, em Évora, e vai actuar, na próxima sexta-feira, 28 de Maio, em Braga.
No que respeita ao espectáculo de ontem, este teve lugar no Teatro Garcia Resende, em Évora, com duas sessões, a primeira a ter lugar às 15 horas e a ser destinada aos alunos das escolas locais e uma segunda, às 21.30 horas. A passagem por aquela cidade alentejana decorre da integração do espectáculo do Teatro das Beiras num evento organizado pelo Centro Dramático de Évora (CENDREV).
Na próxima sexta-feira, 28 de Maio, o espectáculo será apresentado no Theatro Circo, em Braga, com uma sessão dedicada às escolas, também às 15 horas e um segundo espectáculo, destinado ao público geral, marcado para as 21.30 horas. A organização dos espectáculos na “cidade dos arcebispos” é da responsabilidade da Companhia de Teatro de Braga e do Theatro Circo.
O espectáculo “A Neve”, construído a partir de cinco contos de Vergílio Ferreira “O Encontro, A Palavra Mágica, A Fonte, A Galinha e A Estrela”, são histórias que, interligadas, revelam um humor triste e alguma nostalgia em relação à condição humana.
Recorde-se que Vergílio Ferreira nasceu em Melo, Gouveia, e repartiu uma boa parte da sua vida pelo interior do País. Gouveia, Fundão, Bragança, Évora e outras localidades estão também patentes na escrita deste autor. A neve, que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco, é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da Serra da Estrela. Talvez por isso, a sua obra revela tanto a vida na província e reflecte o contraste campo/cidade.
“Os contos de Vergílio Ferreira traduzem e mostram a essência do povo português entre os anos 40 e 80. São 50 anos de prosa feita de amarga ternura lírica, uma certa visão quase irónica, quase desoladora feita de desalento pessimista, mas onde o homem solitário tende para o Homem Total, onde o eu particularíssimo se aproxima do Eu Universal. Aqui temos uma inclinação para descobrirmos a subtileza da alma portuguesa. Uma alma latina, saudosista, plena de surpresas”, sublinham os membros do Teatro das Beiras.
Este trabalho tem a adaptação, dramaturgia e encenação de José Carretas, a interpretação de Fernando Landeira, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho, com a cenografia a ficar a cargo de Nuno Lucena e José Carretas e a música original a pertencer a Telmo Marques e os figurinos a Margarida Wellenkamp, com o desenho de luz a ser da autoria de Joana Oliveira.