Entre os dias 11 e 13 do presente mês, o pólo das engenharias da UBI recebeu um ciclo de conferências destinadas não só aos alunos Arquitectura e Engenharia Civil mas também a todos os ubianos. Este seminário contou com a presença de Lucija Hanzic, da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Maribor, e de arquitectos conceituados como António Baptista Coelho e Isabel Plácido, membros do LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Durante o primeiro dia de seminário, o tema incidiu principalmente sobre factores que influenciam a contrução e durabilidade de edifícios. Deste modo, a falta de manutenção destas estruturas pode provocar um nível de corrosão que debilitará as bases de qualquer construção. Para que este tipo de situações não aconteça, torna-se necessária uma maior atenção no planeamento e criação de qualquer tipo de obras.
Na quarta-feira, dia 12, dois arquitectos do Núcleo de Arquitectura e Urbanismo do LNEC - um grupo com mais de 40 anos de existência e um dos mais antigos da Europa - falaram sobre temas variados para cerca de 20 pessoas, desde a construcção de habitações sociais até ao planeamento de espaços, passando pela área de segurança contra incêndios.
António Coelho exprimiu a sua preocupação com o facto das habitações para idosos e pessoas com mobilidade reduzida não serem construídas com as condições necessárias para proporcionar “uma boa vida a qualquer pessoa”. No entanto, este arquitecto afirmou que “há uma cooperação entre a Direcção Geral de Saúde e os PALOP na área da habitação” para que as habitações sociais tenham condições de segurança e sustentabilidade ambiental das zonas urbanas. Além disso, a inclusão de novas tecnologias da comunicação nestas mesmas residências também seria um factor a ter em conta em futuras construcções.
António Coelho defende que deveria haver uma reabilitação das construções com menor qualidade, e uma diminuição do número de habitantes por residência. A “ligação destes espaços à restante comunidade poderia incrementar o convívio e o equilíbrio social”, salientou o arquitecto. Isabel Plácido incidiu o seu discurso sobre a forma de vida nas habitações de apoio social, onde vivem pessoas sem agregado familiar. A arquitecta começou por afirmar que “existem residências de acordo com as necessidades de cada faixa etária”, desde os lares a centros de acolhimento para crianças e jovens. Por outro lado, o grande problema que se coloca tem a ver com o excesso de pessoas a viver em cada centro de acolhimento, uma vez que a sobrelotação do espaço diminui a qualidade de vida.
Assim, seria desejável a inclusão de áreas funcionais conjuntas dentro das habitações funcionais, como por exemplo, espaços de apoio psicológico, médico e social. Isabel Plácido afirma ainda que deviam “existir áreas de descanso para os funcionários juntamente com apoio técnico e administrativo”.
A arquitecta relembrou que “muitas vezes a lei não é cumprida, visto que existem mais camas por quarto do que o recomendado” e que “as relações entre duas faixas etárias, como entre crianças e idosos, são possíveis, mas muitas vezes são os lares que não permitem”. A arquitecta relembrou ainda que “a criação de serviços sociais mais perto des residências de idosos seria uma boa medida para todos aqueles que preferissem continuar a viver na sua própria casa em detrimento da vida em residências de vivência conjunta”. No último dia, as apresentações concentraram-se na conservação de edifícios, sendo que só desta forma se aumenta a segurança de qualquer tipo de habitação. Este ciclo de conferências poderá ser para repetir sempre que possível, “dado os bons resultados que foram obtidos”.