Esta já não é a primeira vez que os alunos de Arquitectura da UBI desenvolvem projectos para a comunidade. Um dos exemplos mais marcantes neste domínio é a concepção do Museu do Queijo, em Peraboa. Desta vez, o desafio colocado a do0centes e alunos deste curso passou por conceber um projecto para o futuro Centro Interpretativo de Artes Tradicionais da Boidobra.
O rancho folclórico daquela localidade do concelho da Covilhã é proprietário de uma antiga casa, situada na zona central da freguesia. Um dos principais objectivos é transformar esse espaço numa espécie de museu de artes e culturas, mas também, funcionar como espaço de mostra de artes e centro interpretativo.
Foi com um “autêntico caderno de encargos que partimos para este desafio”, começa por explicar Maria Candela Suarez, docente da cadeira de Projecto III, no curso de Arquitectura. A proposta foi distribuída pelos cerca de 70 alunos da cadeira que no final apresentaram perto de 30 maquetas. Os modelos propostos foram depois seleccionados por um júri formado por docentes, membros do rancho folclórico e outros parceiros da UBI que reduziram o leque de escolhas para uma dúzia de propostas. No final, o grupo escolheu os três modelos que mais se podem vir a adaptar ao futuro centro interpretativo.
Fernando Diniz, também docente de Arquitectura, que colaborou com Maria Suarez e Jorge Jugular, um outro professor da UBI, fala neste tipo de actividades como “um exemplo de enriquecimento dos alunos, de prática do curso e de formação profissional dos futuros arquitectos”. Através destes desafios “estão perante as propostas de um cliente e passam a trabalhar com um sentido muito específico”.
Os responsáveis pela cadeira sublinham a forma prática do curso que “tem projectos realizados pelos alunos desde o primeiro ano”. Uma marca que distingue a formação nesta área, ministrada na UBI. Para além disso, “há também a componente de preparação dos alunos para o mercado de trabalho”. Isto porque, segundo os docentes, neste caso “existia já um caderno de indicações muito preciso e os alunos tinham de responder a essas necessidades”, refere Maria Candela Suarez. Os docentes complementam as suas intervenções sobre este desafio, referindo a importância social do mesmo. Trata-se de um espaço que a ser construído servirá para acolher traços culturais, objectos das vivências de um povo e também para promover a divulgação e o estudo quer do rancho folclórico, quer da população.
O Rancho Folclórico da Boidobra tem agora um conjunto de trabalho que podem ser utilizados no futuro centro interpretativo. Segundo os docentes da UBI, o projecto vai ser candidatado a fundos comunitários e conta já com Maios um imóvel, cedido pela junta de freguesia local. Na proposta que será apresentada a dinheiros europeus vai estar um conjunto de projectos arquitectónicos realizados pelos alunos da UBI.
Até ao próximo sábado, dia 22 de Maio, a Junta de Freguesia da Boidobra acolhe uma mostra onde estão mais de 20 trabalhos de futuros arquitectos formados na academia covilhanense. No último dia da mostra, pelas 21 horas, decorre no largo da Travessa do Jardim Público, junto à Igreja de São Sebastião, na Boidobra, a apresentação dos projectos. Um evento que será também complementado com a actuação da Tocata do Rancho Folclórico da Boidobra.