A biblioteca central da Universidade da Beira Interior recebeu no passado dia 12 de Maio o escritor Pio Abreu para o lançamento do seu mais recente livro intitulado “Estranho Quotidiano”. Pela segunda vez na cidade da Covilhã, sendo a primeira a participação numa aula de medicina sobre psiquiatria, Pio Abreu voltou à cidade neve para o lançamento do seu mais recente livro, “Estranho Quotidiano”. No lançamento da obra, o convidado foi apresentado por Carlos Leitão, professor na Faculdade de Medicina, que o descreveu como “um espírito que desinquieta e produz obras”.
«Poderíamos nós viver sem telemóveis? É verdade que a televisão pode acabar com a democracia? Como podemos hoje educar as nossas crianças? São algumas das perguntas que o autor Pio Abreu faz aos seus leitores no início de “Estranho quotidiano”, onde são abordadas questões da sociedade actual». Embora o autor não responda no livro às questões que coloca, espera que as pessoas se respondam a si próprias, pois defende ser muito importante “não acreditarem demasiado naquilo que os outros dizem”. Embora o autor saliente que “é difícil responder a estas perguntas”, acredita que “é possível equacionar esses problemas com base nos acontecimentos quotidianos e no conhecimento presente”. Foi com essa finalidade que decidiu juntar as crónicas produzidas ao longo de dois anos no jornal gratuito Destak e publicá-las nesta obra. Médico, especialista na área e Psiquiatria, e professor na Universidade de Coimbra, Pio Abreu explicou que o seu maior desafio neste livro foi “tentar cortar e dizer em poucas palavras o necessário” acrescentando que “as pessoas, com tanta informação disponível hoje em dia, não apanham o necessário”. Dirigidas ao público em geral, as questões colocadas «dizem respeito a qualquer indivíduo», pelo que a obra se torna «fácil de ler, com linguagem simples e acessível». O nome, Estranho quotidiano, surge pelo facto de “o nosso dia-a-dia não é por vezes entendido, e é preciso descodificar esse estranho” realça o escritor. O livro relata “alguns dos problemas complexos do séc. XXI” mencionando que “são os grandes recursos que mudam a nossa maneira de ser”. Pio Abreu caracterizou a sociedade actual como sendo hiper-capitalista, consumista e individualista. Pronunciando-se sobre o futuro em risco dos livros, o professor vê o livro como uma “coisa pessoal e íntima”, e sublinha que a literacia electrónica não põe em causa o livro.
Com o apoio da Bertrand estiveram expostos à venda no lançamento os livros do autor: “Como tornar-se doente mental”; “Quem nos faz como somos”; “O modelo do psicodrama moreniano” e “Estranho quotidiano”. No fim da apresentação, o escritor esteve aberto às questões colocadas pela assistência.