A cidade até pode, em algumas zonas, parecer um estaleiro, com as principais ruas a receberem algum asfalto, a serem retocados passeios e passadeiras e a terem outros melhoramentos. A cidade da Covilhã pode até ser “cinco estrelas” para receber o estágio da Selecção Nacional de Futebol, mas a autarquia, com a redução de verbas vindas do Governo, vai ter de cortar também os seus apoios. Mas o corte que vai para a área social.
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, garantiu não ter outra alternativa face aos cortes do “Governo do Partido Socialista”, relativamente às verbas entregues às autarquias. O anúncio foi feito em plena Assembleia Municipal da Covilhã, numa intervenção onde Pinto não quis aprofundar as medidas mais restritivas. As decisões finais vão ser tomadas nos próximos dias, mas o que é certo é que “algumas das coisas que estamos a dar às pessoas e às juntas de freguesia vão ter de ser cortadas”.
A intervenção do autarca surgiu no momento em que fazia o balanço das contas camarárias e foi também marcada pelas referências a anteriores gestões. Os cortes vão ser feitos para que Pinto não deixe a câmara, tal como a encontrou, “tempos em que o presidente se escondia atrás dos cortinados”, sublinhou. A redução de verbas será mais visível também no apoio às juntas de freguesia. Alguns dos projectos pensados para as várias localidades do concelho ficam suspensos devido às mais recentes medidas anunciadas pelo Governo, no âmbito do Plano de Estabilidade e Crescimento.
O autarca que está agora a cumprir o seu terceiro e último mandato, segundo a actual lei, na autarquia serrana falou também na saída. “Não pensem que têm já o quadro final resolvido, porque a lei sempre pode sofrer alterações e o povo é que manda,” afirmou Pinto, quando se pronunciava sobre o final do actual mandato.