Trinta jogos depois, numa época com três treinadores diferentes, o Sporting da Covilhã garantiu a manutenção na Liga Vitalis, apesar da derrota na Povoa do Varzim na última jornada do campeonato.
À partida para a última jornada do segundo escalão do futebol português ainda nada estava decidido para os serranos quanto à permanência. O Sporting da Covilhã tinha uma deslocação a um adversário directo, o Varzim e ainda tinha de estar de olho no jogo de Chaves, que recebia o Fátima. Os flavienses saíram derrotados desse jogo, e a derrota do Covilhã na Póvoa do Varzim, por 1-0, nada influenciou nas contas finais, descendo o Chaves com 28 pontos, juntamente com o Carregado. Imediatamente acima, em 14º classificado, ficaram os leões da serra com 30 pontos, seguidos do Varzim com 31.
Não foi uma época fácil para o Sporting da Covilhã, pelo menos quanto à estabilidade do comando técnico, pois a equipa serrana teve três treinadores diferentes ao longo da época, bem como várias dispensas, lesões e castigos internos a atletas. O técnico que orientou a equipa na pré-época, bem como fez a estruturação da equipa foi João Eusébio, que até começou bem o campeonato, com uma vitória fora no terreno do Beira-Mar, que até acabou por ser o campeão da Liga Vitalis esta época. Apesar do bom começo, as duas derrotas seguintes, com o Freamunde em casa e com o Gil Vicente fora, ditaram a saída do técnico, que foi substituído interinamente por João Salcedas, secretário técnico do clube até à data. João Salcedas até começou bem com duas vitórias caseiras em três jogos. Mas ao todo, nos doze jogos que orientou e equipa covilhanense esta época, o técnico somou três vitórias, cinco empates e cinco derrotas, abandonando o comando técnico do clube à entrada para a 17ª jornada, depois de empatar sem golos com o Varzim, num jogo em atraso realizado na Covilhã.
O sucessor seguinte foi Nicolau Vaqueiro, que assumiu o cargo de treinador com a missão de em 14 jornadas levar a equipa da Covilhã à salvação. Ao contrário dos outros dois técnicos, a caminhada de Nicolau Vaqueiro não começou da melhor maneira, somando nos três primeiros jogos outras tantas derrotas. Mas a partir da 20ª jornada do campeonato a equipa serrana começou a recuperação. Vencendo dois dos três jogos seguintes e empatando outro. Depois, da 23ª jornada á 29ª o Covilhã não somou qualquer outra vitória, mas somou três empates de perdeu outras tantas vezes. Estes três pontos fizeram a diferença na classificação, pois a penúltima jornada opôs o Covilhã ao Chaves, naquele que foi o jogo mais importante para as contas finais, vencendo os serranos a partida. Apesar de no derradeiro jogo do campeonato os leões da serra terem sido derrotados pelo Varzim, os flavienses acabaram por ser derrotados também e o Covilhã terminou assim com dois pontos a mais que os flavienses.
No que diz respeito à estatística, o Covilhã acabou por ser a segunda pior defesa do campeonato, com 49 golos sofridos, sendo apenas pior a equipa do Freamunde, com mais um golo consentido. Em trinta partidas, os serranos marcaram por 35 vezes, 25 facturados em casa e dez golos marcados fora. Em média, o Covilhã precisou de 77 minutos por jogo para alcançar o golo. Individualmente, foram os jogadores de cariz teoricamente mais defensivo que facturaram mais golos. O capitão Edgar com sete tentos, quatro deles de grade penalidade, e Auri com cinco, foram os mais concretizadores. Ao todo, quinze atletas fizeram o gosto ao pé pelo menos uma vez. O brasileiro Auri, de 36 anos, foi o totalista da equipa esta época, completando 2700 minutos de utilização. Em toda a Liga Vitalis, apenas mais seis atletas completaram os 30 jogos.
O Covilhã foi a única equipa da Liga Vitalis que apenas venceu por uma vez fora de portas, logo na primeira jornada em Aveiro. Em casa, ou seja em quinze jogos, os covilhanenses somaram seis vitórias e seis empates, num total de 24 pontos conquistados, tantos quantos os conquistados pelo Carregado nos trinta jogos, embora fora, o Covilhã apenas tenha arrecadado seis pontos. Apesar de apenas ter visto 65 amarelos, “apenas” porque em 16 equipas o Covilhã é a segunda formação mais disciplinada, os serranos virão por mais vezes o segundo cartão amarelo, somando um total de cinco situações no jogo onde jogadores covilhanenses foram excluídos da partida por acumulação de amarelos. Outas curiosidades estatísticas mostram que o Sporting da Covilhã nunca conseguiu vencer dois jogos consecutivos, somando dois empates e três derrotas consecutivas e tendo estado três jogos sem perder.