A Real Fábrica Veiga, que actualmente acolhe um núcleo do Museu de Lanifícios, foi o palco escolhido para a reunião de administradores das universidades portuguesas. Dez administradores de universidades públicas portuguesas estiveram na Covilhã para analisar o estado das academias e debater algumas acções que estão programadas para os próximos tempos.
João Leitão, administrador da UBI sublinha a importância de um evento desta natureza. O responsável pelas finanças da universidade covilhanense começa por explicar que as exigências feitas às universidades “são cada vez maiores”, mas a UBI “tem vindo a definir uma estratégia de crescimento que não passa apenas por curto espaço de tempo”.
Daí que este tipo de encontros sirvam, acima de tudo, para trocar experiências e apresentar algumas conclusões de actividades realizadas nas diferentes universidades.
Uma das principais linhas de acção retiradas do encontro da Covilhã passa pela necessidade de “pensar, em termos estratégicos, este tipo de instituições”. Uma prática que tem de ser feita “não só ao nível do ensino, da investigação e desenvolvimento, mas também a prestação de serviços e o relacionamento com a comunidade envolvente” adianta o administrador da UBI.
Para João Leitão, a atenção das academias deve estar centrada “no seu agente principal, que é o aluno”. Mas o reforço de receitas próprias “que não pode passar exclusivamente pelas propinas”, tem também de ser feito “através de projectos de investigação e também pela componente de prestação de serviços”. Uma prática que está em crescendo na UBI, que se enquadra numa nova visão de cooperação estratégica entre a universidade e as empresas, com sinergias para as partes intervenientes
O administrador da academia covilhanense sublinha também que na UBI está a ser testado um novo sistema de contabilidade analítica. Estes últimos três meses têm sido de teste e no final do ano, João Leitão garante que se vão poder já apresentar resultados. Este tipo de contabilidade de custos, agora implementado, “é um requisito para que possamos concorrer a fundos comunitários”, diz João Leitão. Essa contabilidade viabiliza também “uma gestão estratégica e uma gestão por objectivos”, o que decorre da aplicação do plano de acção definido pelo reitor da UBI para o quadriénio 2009-2013.
Num outro plano, de referir que “o futuro das academias passa por um maior relacionamento entre a indústria, o governo e as universidades”. João Leitão mostra-se aqui “apologista de que esse modelo deveria recentrar e conferir um papel mais importante às universidades, uma vez que elas são os centros produtores de conhecimento e tecnologia”. Para o administrador da UBI, o principal desafio passa por encontrar mecanismos de transferência desse conhecimento para o meio envolvente.
Um facto importante, sobretudo “num ambiente regional, onde todos ficaremos a ganhar porque, a riqueza gerada será maior, e a comparticipação para a retenção de capital humano qualificado e o aumento do emprego será também tanto maior quanto maior for esse índice de interligação entre a universidade e a comunidade envolvente”. O próximo encontro está agendado para o final de Maio e terá como anfitriã a Universidade de Évora.