Hoje, a “favelização” é um dos maiores problemas brasileiros. Segundo dados do censo populacional realizado no ano 2000, em todo o país existem cerca de 12,4 milhões de pessoas vivendo em condições precárias. Ao contrário do que se imagina, a capital mais “favelada” é São Paulo, seguida pelo Rio e Fortaleza. Também é mito a afirmação de que a Favela da Rocinha é a maior da América Latina. Na região metropolitana de Caracas, capital da Venezuela, a Petare apresenta o triplo do tamanho.

Mas, mesmo não sendo uma “campeã” no quesito favela, a cidade do Rio de Janeiro chama a atenção principalmente pelo contraste entre a beleza e os cuidados dispensados pelo poder público à orla marítima, principalmente em praias turísticas como Copacabana e Ipanema, e o abandono verificado no entorno e em municípios vizinhos.

A falta de recursos, apontada muitas vezes como a causa do problema, também não se justifica. Durante dois séculos, o Rio foi a capital do Brasil (1763-1960) e seu porto chegou a estar entre os mais prósperos do mundo. Mesmo após a construção de Brasília, o município segue sediando algumas das maiores empresas do país e lidera setores fundamentais da economia brasileira, como a indústria do petróleo.