O Estranho Caso de Angélica é um projecto guardado há muitos anos pelo cineasta. Escrito em 1954, Manoel de Oliveira viu a produção do filme ser-lhe recusada pela censura vivida na época.
“A ideia surgiu após o evento de lançamento do Vinho do Porto Centenário de Manuel de Oliveira, organizado e realizado no Museu do Douro a 27 de Fevereiro de 2009. O filme "O estranho caso de Angélica" é o resultado da colaboração/parceria entre o Museu do Douro, o realizador Manoel de Oliveira e Filmes Tejo”, explica Helena Freitas, uma das responsáveis pelo gabinete de comunicação do Museu do Douro.
A cidade da Régua foi o cenário escolhido para as filmagens da nova aposta cinematográfica. A produção é da responsabilidade da Filmes do Tejo, tendo como financiador e prestando apoio logístico o Museu do Douro, que aposta na promoção mundial da região. A direcção do Museu do Douro, liderada por Fernando Maia Pinto, acolheu a ideia e moveu esforços para que o projecto se concretizasse. O filme será apresentado no Festival de Cannes ou de Veneza em 2011.
O cineasta mostrou desejo em realizar O Estranho Caso de Angélica há cerca de um ano, no dia em que comemorou o seu centésimo aniversário e lançou o Vinho do Porto 100 - Centenário de Manoel de Oliveira. O Douro tem inspirado Manoel de Oliveira. Ao longo dos anos o cineasta gravou filmes como Vale Abraão e Douro Faina Fluvial na região vinhateira.
O filme é baseado na vida de uma familiar de Manoel de Oliveira que, em meados do passado século decidiu ir viver para o Douro. «Adaptado à actualidade, engloba todas as características cinematográficas do cineasta».
As filmagens de O Estranho Caso de Angélica já começaram, prolongando-se durante o mês de Abril. As cenas principais vão contar ainda com a participação dos estudantes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.