Urbi@Orbi – Há muito que delineava uma longa-metragem. Como foi filmar este projecto na Covilhã?
Telmo Martins – Depois de três anos de preparação, foi com muito entusiasmo e felicidade que filmamos este projecto. Grande parte dos membros da equipa de produção estudaram ou estudam na Covilhã, e desses, alguns vivem há mais de dez anos nesta cidade, sendo esta a escolha, de viver na Covilhã, prova o carinho que temos pela cidade. Nela vivemos momentos únicos, que para sempre ficarão gravados nas nossas memórias.
Sendo assim, filmar na Covilhã, memórias de outros tempos, amizades passadas foi sem dúvida, marcante e único. Foram trinta dias de trabalho árduo, muito suor, mas que resultaram num filme que nos preenche e que esperamos agradar a todos os que o virem.
Urbi@Orbi – Quais as principais metas que pensa atingir com esta produção?
Telmo Martins – Esperamos, em primeiro lugar, atingir os 80000 espectadores em sala. Contamos que muitos estudantes e antigos estudantes o vejam, assim como, a população em geral.
Acreditamos que na cidade da Covilhã e as cidades envolventes exista uma participação entusiasta no visionamento do filme. A cidade e as suas vivências são muito retratadas neste projecto.
É um filme que trata a amizade verdadeira, pura de preconceitos e regras sociais, pelo que esperamos tocar todos de uma forma especial. Depois esperamos participar em todos os festivais que podermos, distribuir o filme em DVD, e conseguir vendê-lo ao maior número de operadores de TV possíveis.
Urbi@Orbi – De entre os vários desafios que foram surgindo ao longo da realização,qual aquele que mais o marcou, ou com o qual mais aprendeu?
Telmo Martins – Produzir um filme de longa metragem sem apoios financeiros, é sempre um desafio com grandes dificuldades à partida. Com a ajuda de muitas entidades e empresas da região e nacionais, conseguimos toda a logística e equipamento necessário para levar a bom porto este filme.
Temos muito a agradecer a todos os recursos humanos, desde actores a técnicos, que sem garantias, abraçaram este projecto com garra e profissionalismo.
Como referido na questão anterior, preparámos tudo bem e tomámos todas as precauções necessárias para as dificuldades que esperávamos durante a rodagem. Assim, tudo correu muito bem. Claro que o maior problema é sempre o tempo, que é pouco, e leva toda a equipa a constantemente levar os seus limites psicológicos e físicos ao extremo.
Urbi@Orbi – Alguma cena, ou passagem especial nesta produção?
Telmo Martins – O último plano do filme é bastante complexo a nível de produção. Envolve muitos figurantes, vento, chuva, coreografia. Tudo isto num plano sequência de dez minutos em grua. É muito difícil lidar com a água nos materiais electrónicos, com o barulho dos geradores, das ventoinhas, etc. Ainda se agrava mais a dificuldade quando, por motivos logísticos e de tempo, temos de conseguir o plano no primeiro take, sem repetições. Mas conseguimos com o profissionalismo e empenho de todos, um final que consideramos único.
Urbi@Orbi – No que diz respeito à divulgação deste projecto, para além de estar disponível nas salas de cinema portuguesas, e por isso, ter a projecção da Lusomundo, que outro tipo de eventos, a Lobby está a pensar em produzir?
Telmo Martins – O marketing e promoção do filme está a ser trabalhado em parceria estrita com a Zon Lusomundo. Além do uso dos media tradicionais, televisão, rádio, revistas, jornais, presença em programas televisivos, etc., a estratégia de promoção deste filme passa muito por marketing viral e de guerrilha. Através de parcerias, como a MTV e outras, vamos organizar eventos especiais e únicos em várias cidades nacionais. Um dos ramos importantes do marketing deste filme, passa pela promoção nas festas académicas, onde vamos ter surpresas magníficas, para divertimento de todos.
Urbi@Orbi – Como está a acompanhar a formação de licenciados em Cinema pela UBI?
Telmo Martins – Temos trabalhado em vários projectos, incluindo este de que falamos,com alguns alunos de cinema, que demonstraram muito profissionalismo e conhecimento.
Mesmo assim, acho que o ensino ainda está demasiado afastado da realidade profissional. É fundamental e urgente a ligação da universidade e dos seus alunos ao mundo profissional. Só assim se poderão formar pessoas prontas para entrarem no mercado.
Urbi@Orbi – Já estão mais projectos em agenda, para um futuro próximo?
Telmo Martins – Caso tudo corra bem com este projecto, que envolve muitos custos, que para uma pequena empresa são gigantes, pretendemos no início do próximo ano avançar com um filme 3D.