Devido ao elevado número de atropelamentos que todos os anos ocorrem em Portugal, a PSP - Polícia de Segurança Pública - está a desenvolver uma operação nacional durante os meses de Março, Abril e Maio. Esta intervenção com o nome de “Pela vida, trave!” tem como principais objectivos diminuir o número de mortes em resultado de atropelamentos nas zonas urbanas e promover comportamentos mais responsáveis entre os peões e os automobilistas, para que reconheçam que devem agir com maior civismo entre todos.
Para estas acções de sensibilização a PSP vai empregar polícias à civil ou em viaturas descaracterizadas. As autoridades vão ter em atenção o desrespeito do sinal vermelho e amarelo, infracção do sinal vertical STOP, o excesso de velocidade nos espaços urbanos e a desobediência nas passadeiras, tanto por parte dos peões como dos condutores.
No distrito de Castelo Branco, segundo a Direcção Nacional da PSP, houve seis incidentes rodoviários titulados como atropelamentos, até ao dia 28 de Fevereiro. Já no ano de 2009 registaram-se 35 incidentes rodoviários titulados como atropelamentos no Distrito de Castelo Branco.
No caso da cidade da Covilhã existem certos sítios em que a segurança dos peões pode estar ameaçada em consequência quer do funcionamento da sinalização luminosa, quer da inconsciência e comportamentos perigosos dos peões.
Na Praça do Município, na Covilhã, tanto no caso dos semáforos em frente ao Teatro-Cine, como nos semáforos em frente aos Táxis, os peões passam muitas vezes com o sinal vermelho. Mas segundo Rui Curto que trabalha na Tabacaria Herminios, ao lado do Teatro-Cine: “Já trabalho há 48 anos na Praça do Município e acho que neste sítio ou havia os semáforos a funcionar bem ou então ficava-se só com a passadeira, porque assim obrigava os condutores a parar ”, constata.
Do outro lado da Praça do Município existe uma passagem para peões que se encontra nas mesmas condições. Carlos Adelino é taxista na Covilhã, e costuma estar em frente a estes semáforos: “Aqui toda gente passa com o sinal vermelho para os peões, porque demora muito tempo a ficar verde”, revela o taxista.
Em frente ao pólo principal da UBI os semáforos também não são muito respeitados pelos peões, que frequentemente passam na passadeira com o sinal vermelho ou então atravessam mesmo fora da passadeira. A maioria dos peões percebe que o sinal está fechado mas admitem que “a pressa fala mais alto e acaba-se por não esperar pelo sinal verde».
Outro ponto da cidade em que a sinalização merece queixas dos utentes é na Alameda Pêro da Covilhã, em frente ao Centro de Saúde. O sinal para os condutores está constantemente intermitente e o sinal para os peões vermelho, no entanto existe uma ponte pedonal por cima da estrada. Mas nem todas as pessoas passam pela ponte, acabando por transgredir o sinal vermelho e atravessar a variante a pé. Rute Torrão admite que por vezes passa na estrada fora da passadeira: “Eu tinha ali a passadeira e por alguns metros não passei, é o típico português”.
Nos últimos anos a PSP tem registado um aumento do número de mortos por atropelamento. Em 2007 o número de mortos por atropelamento representava 24,14% do total do número de mortos por acidentes rodoviários, enquanto em 2009 esta cifra já se encontrava nos 40,01%. Com o objectivo de reforçar a operação «Pela Vida, trave!» a PSP fez “um levantamento nacional das vias rodoviárias que representam um risco acrescido”.