Na passada sexta-feira, o Edifício das Engenharias da UBI recebeu o primeiro ciclo de aulas abertas. O Major Rui Sarmento, representante da OMNI Aviation, foi a figura convidada para iniciar evento. Rui Sarmento procurou esclarecer os estudantes do curso de Engenharia Aeronáutica acerca da fisiologia de voo, CRM e os factores humanos que podem influenciar a ocorrência de acidentes aéreos.
Com cerca de 16 pessoas no auditório, este ex-militar começou por salientar que prevenção e segurança estão intimamente ligadas. No entanto, o problema da segurança não pertence apenas a um dos lados, ou seja, as responsabilidades pertencem tanto a quem cria como a quem pilota estas aeronaves.
Sarmento salientou ainda que cerca de 80 por cento dos acidentes aéreos ocorrem devido a erros humanos, tanto por “insuficiência dos procedimentos operacionais, como por enganos ocorridos durante a pilotagem”. Porém, o ser humano também é o elemento que se adapta mais facilmente a situações adversas, assim sendo é o homem quem pode resolver as ocorrências mais complicadas.
A comunicação entre piloto e o centro de controlo é a base para um maior sucesso dos voos. Quando ocorrem acidentes, é difícil explicar as razões para tal situação. Poderá existir mais do que uma razão para o sucedido, o que torna extremamente difícil encontrar explicações para o facto.
Os acidentes não podem ser justificados por apenas um factor, mas sim, pela conjugação da aeronave com as infra-estruturas deficientes, com as condições climatéricas e, finalmente, com o factor humano. As limitações humanas em relação à previsão de possíveis problemas ou as aterragens perigosas são falhas que podem provocar a inflacção do número de acidentes.
Desta maneira, o orador lembrou também que, o aumento dos acidentes não se deve a uma regressão na evolução destes quatro factores, sendo que o aumento do número de voos aliada à falta de profissionalismo são as explicações mais lógicas para a situação. As low cost são viagens de baixo custo onde apenas o lucro interessa. Ou seja, eventuais falhas técnicas podem ocorrer com maior frequência.
Além disso, a vida pessoal desses profissionais também pode explicar acidentes durante o voo. Rui Sarmento afirma que “a única forma de diminuir o erro é trabalhando o homem em relação à previsão de possíveis falhas do aparelho”. No entanto, a formação destes pilotos torna-se dispendiosa e o facto de o Governo português não disponibilizar verbas suficientes inviabiliza uma melhor formação dos pilotos.