O Barroco, ocorrido desde meados do século XVI até ao século XVIII, foi um período estilístico e filosófico da história da sociedade ocidental.
António Vivaldi, J. S. Bach e G. F. Handel são figuras maiores deste período, também associado a um estilo de música que na época se sobrepôs à Arte Barroca.
Na passada quinta-feira, 25 de Março, a Associação Recreativa Musical Covilhanense – Banda da Covilhã – celebrou pela quarta vez um Concerto de Primavera.
Depois dos “50 Anos da Assinatura do Tratado de Roma”, o “Tributo a L. Pavarotti” e o “Tributo de Maria Callas”, “O Barroco” foi tema do concerto que decorreu na Igreja de São Francisco, e que contou com a participação da Orquestra Barroca da Escola Superior de Artes Aplicadas – de Castelo Branco (ESART).
De acordo com José Eduardo Cavaco, director artístico e maestro da Banda da Covilhã, o evento, iniciado às 21.30 horas, teve como objectivo “experimentar a harmonia e boa disposição que a música proporciona, dando ainda a possibilidade aos músicos de trabalhar num outro tipo de reportório em salas como a Igreja”, neste caso a Igreja de São Francisco, um ex-líbris da cidade da Covilhã em Arte Barroca. José Eduardo Cavaco salienta que “a igreja tem outra atmosfera que cria dentro dos músicos um outro espírito para fazer música”. “Um espírito mais luminoso”, adianta.
A manutenção e a actualização da Escola de Música, Valores e Talentos e a criação de novos públicos através de projectos para várias idades visando, uma dinamização cultural da Covilhã são parte dos objectivos da Banda da Covilhã.
Do concerto fizeram parte momentos preenchidos quer pela Banda da Covilhã e por uma formação sinfónica, quer pela Orquestra Barroca da ESART sob a coordenação artística do professor Jorge Alves. Surgida de uma “pré-conversa entre pessoas destas escolas”, a vinda da Orquestra Barroca é considerada “óptima” na perspectiva do maestro da Banda da Covilhã. “Fazer uma simbiose entre músicos que estão a iniciar a sua formação com músicos que já estão no campo profissional é muito importante, assim como é positivo permitir o intercâmbio entre estes músicos”, diz. À sua afirmação acrescenta sublinhando que “as actuações destes artistas criam experiências, dinâmica e acima de tudo mostram o quanto uma banda gosta de estar presente na cultura musical”. Adverte ainda que estas actuações “desenvolvem a formação dos músicos e a formação do público”.
A quarta edição do Concerto de Primavera contou com uma novidade que antecedeu o espectáculo. Carlos Madaleno, especialista em História de Arte, proferiu um breve seminário acerca da Arte Barroca, com particular destaque para a riqueza de obras presentes na Igreja de São Francisco.
Satisfeita com o espectáculo, Beatriz Barata, habitante do concelho e participante assídua nos trabalhos da Banda da Covilhã, diz ter gostado “bastante desta actuação”. Salienta ainda a importância deste evento dizendo que “é necessário dignificar o trabalho das bandas, dos músicos e da música filarmónica, uma vez que é parte da cultura portuguesa”.
José Eduardo Cavaco finaliza o seu discurso com a certeza de que “é preciso transformar e modernizar este estilo musical já com cerca de 200 anos”.
O concerto com entrada livre contou com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã, a ESART, a EPABI, juntas de freguesias da cidade e a Paróquia da Conceição.