No âmbito da licenciatura de Ciências Politicas e Relações Internacionais (CPRI), realizou-se no dia 18 de Março, pelas 10.30 horas, no Anfiteatro 7.20 na Faculdade das Ciências Sociais e Humanas da UBI, a conferência “Guerra de água: para além do mito”, tendo como oradora Paula Lopes da Universidade de Coimbra.
A apresentação inicial deste tema socialmente abrangente coube a Teresa Cierco, do Departamento de Sociologia da Universidade da Beira Interior. A docente fez uma breve exposição sobre os interesses e estudos da oradora convidada, na qual destacou o facto dos interesses de investigação da professora da Faculdade de Economia de Coimbra incidirem sobre os estudos para a paz, governação ambiental, politicas hídricas internacionais e cooperação internacional para o desenvolvimento.
O facto da água que o ser humano consome ter de ser doce, foi o mote para o início da apresentação sobre do estudo. A crise da água leva a um stress hídrico tanto a nível nacional e internacional. “Em termos de soberania é muito complicado determinar de onde a água cai e a que território pertence”, começa por explicar. Paula Lopes destacou num segundo momento da apresentação a importância que a água têm para os seres vivos e para a sua sobrevivência. “Todo o sistema planetário necessita de água, podendo – se falar também do conceito de “água virtual”, que por exemplo da quantidade de água que uma folha de papel contem. Para tudo é necessário este recurso”, acrescenta.
Questionada sobre o facto de não ser o homem capaz de contornar situações de guerras relativamente à escassez de água, salientou que “ao longo do milénio o ser homem tem tido a capacidade de superar as várias situações graves em termos de sobrevivência e este é mais um desafio”. Apostando na capacidade tecnológica do ser humano, a docente afirmou também “o ser humano tem de ser contíguo e apostar no conceito da precaução que são utilizadas em outras questões ambientais”. Ainda na questão das guerras, a docente destacou que “os governantes não apresentam esta situação como uma guerra, mas sim de discussões nacionais e internacionais, na qual se discute o direito humano à água e as alterações climáticas”.
Apesar desta temática ser preocupante, a oradora considera que “este assunto sobre a água ainda está nos bastidores da discussão governamental”.