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O braço de plástico amarelo é a parte mais visível de todo um sistema informático desenvolvido na UBI que contempla ainda um ecrã táctil, um computador e vários outros aparelhos auxiliares. Tudo um puzzle que, depois de montado, resulta numa máquina de jogos capaz de interagir com o utilizador.
Este foi um exemplo encontrado por Pedro Araújo, docente do Departamento de Informática, para mostrar as potencialidades da Informática, no âmbito dos Dias da UBI. Contudo, a curiosidade despertada no seio dos próprios alunos da academia tem sido tanta que o robot vai mesmo fazer parte de mais aulas.
Trata-se de uma máquina construída pelo docente a pensar na capacidade demonstrativa da interacção entre o software e o hardware, “uma aplicação simples, mas que demonstra bem a capacidade e a forma como o software que é uma componente de código, de escrita, de palavras, consegue comandar um hardware, algo físico, como motores, com actuadores e com sensores. Fizemos isto à custa do jogo do galo em que se vê a coordenação entre o software e o hardware”, reitera.
Os docentes lembram que passar da teoria à prática nem sempre é fácil. Uma dificuldade acrescida quando se trata de matérias que por vezes apresentam algumas falhas de compreensão que têm de ser transmitidas aos alunos. Mas foi precisamente a aplicação prática destes conhecimentos que esteve na base da criação de um robot motorizado por parte dos docentes daquele departamento. Pedro Araújo recorda que se trata de uma simples demonstração, mas é com este tipo de situações que muitas vezes se consegue a atenção dos alunos e a sua motivação para determinadas matérias. A aplicação informática, mais simples que outros programas, está na base deste jogo. No entanto, “como agora conseguimos colocar em movimento e em plena interacção um braço que responde às ordens de um computador que está agora com o seu utilizador, podemos também programá-lo para fins industriais”, avança.
Pedro Guerra de Araújo sublinha que “aquilo que está aqui a ser feito para jogar pode também ser aplicado à indústria, o princípio é o mesmo. A programação de um robot destes pode passar por colocá-lo a jogar ou a pintar um carro, a soldar uma máquina, a montar um barco, entre uma infinidade de funções”. Mais uma vez, o docente deixa claro que no caso da utilização industrial, onde se lida com tecnologia mais avançada e com técnicas mais complicadas, uma vez que já existem sensores, limites certos e outros parâmetros, a dificuldade aumenta, mas o princípio base pouco se altera. E são precisamente esses princípios “que assumem importância redobrada nas aulas, com a utilização deste tipo de elementos, para que os alunos percebam como as coisas funcionam”.
Parte da ciência que está na base deste tipo de produções é transmitida na UBI. O docente lembra que o curso de Informática da instituição covilhanense não está muito virado para o hardware, “mas com os conhecimentos fortes que são transmitidos nas várias cadeiras do curso” e com um pequeno estudo complementar “qualquer aluno tem a possibilidade de desenvolver este tipo de aplicativos”, acrescenta.
O docente desenvolveu um programa específico para proporcionar a capacidade do utilizador jogar contra uma máquina. O algoritmo do jogo do galo “até é simples e conhecido, mas aqui tem-se a possibilidade de jogar, também contra um computador, mas este interage com o utilizar através de um braço mecanizado. Tudo isto capta mais a atenção dos alunos e demonstra, de uma melhor forma, as potencialidades da informática”, descreve o autor desta máquina.