A livre circulação na Europa fazem com que cada vez mais jovens partam à procura de novas experiências. Graças a programas desenvolvidos pelas suas universidades ou por uma necessidade de alargar horizontes, o número de jovens que procuram outros países tem vindo a aumentar, tendo chegado a 2,8 milhões em 2007, segundo dados da Unesco.
João Sousa e Vasco Costa são dois dos muitos jovens que actualmente estudam ou trabalham em Madrid. Ex-alunos de Engenharia Informática na Universidade da Beira Interior, e naturais da Covilhã, começaram por participar no programa Erasmus, indo estudar seis meses em Espanha. Actualmente estão no último ano de mestrado em Tecnologias da Informação, na Universidade Politécnica de Madrid. A proximidade ao seu país, o curso e o estilo diferente de ensino foi o que levou estes dois amigos a arriscar:“o ensino aqui é mais virado para o mundo empresarial, ou seja, existe uma maior relação entre as empresas e as universidades o que nos permite ter uma noção maior e mais prática do mundo do trabalho”, salienta Vasco. O estágio integrado no seu mestrado ajudou estes dois jovens a entrar no mundo do trabalho. Ser estrangeiro pode influenciar negativamente, mas também pode ser algo de positivo: “penso que até pode ser uma mais-valia porque isso pode mostrar que estou mais disponível para viajar”, afirma João.
A descoberta de outro país começa muitas vezes durante a juventude, e Francisco Coutinho já lá vão 19 anos desde que se mudou para Madrid por motivos profissionais. Tal como João e Vasco, Francisco afirma não ter tido problemas com a língua quando entrou na sua empresa. Salienta também o facto de que ser emigrante contribuiu para alargar os seus horizontes, pois passou “a ver alguns aspectos relativos ao próprio país de forma diferente, a fazer parte um universo com gente com muitas origens diferentes, integrando-me num espaço em que tudo é maior e mais diverso”, conta.
Sem colocarem de parte a hipótese de construir a sua vida futura em Espanha, João e Vasco asseguram que esta experiencia é vantajosa não só a nível profissional onde estão a poder desenvolver os seus conhecimentos na área que gostam como também a nível pessoal já que, “as pessoas aqui gostam mais de sair, de se divertir". Além disso, em Espanha atêm "um acesso mais fácil a coisas que por exemplo na Covilhã não teria”, afirma Vasco.