O TeatrUBI apresenta dia 11 de Março, quinta-feira, a sua mais recente peça no Teatro-Cine da Covilhã. A mesma paixão uniu nove estudantes que dão vida a um espectáculo marcado pela fusão de improvisos com movimentos. Tem como objectivo criar sensações e sentimentos através de um cenário que vai sendo traçado ao longo da encenação. As luzes sobre os corpos e a música que envolve todas as personagens pretendem fazer chegar ao público uma consciência sobre aquilo que cada um é.
“Eu não quero propriamente passar uma mensagem, ou se quero, pretendo que as pessoas a descodifiquem, porque acho que o espectáculo dá códigos para descodificarem, quero passar sentimentos, emoções e sensações, como o amor, a falta dele e a eterna busca ” revela Rui Pires, encenador do TeatrUBI.
O título da peça, “Empresta-me o teu coração”, segundo Rui Pires funciona como um resumo do espectáculo e uma última tentativa de invocar sentimentos.
Desde Outubro a preparar o novo espectáculo, estes nove alunos da UBI, em conjunto com o encenador, revelam que este trabalho foi uma reunião e cruzamento de ideias entre todos, onde o quotidiano comum serviu como fonte de inspiração: “Não podemos ficar indiferentes a nada, isto surgiu de improvisações, de situações banais que nos acontecem todos os dias. Depois havia uma temática que eu queria abordar que era a parte do amor, dos encontros e desencontros” confessa Rui Pires.
Inicialmente a sua atracção caiu sobre as Tunas Académicas, mas a paixão pelo teatro falou mais alto e Graça Faustino, de 25 anos, é já directora do TeatrUBI, aluna de mestrado em Química Industrial e também interprete desta peça. Começou há quatro anos nesta companhia e acredita que o facto de o grupo ser unido é fundamental para uma boa prestação dos actores: “O teatro é mesmo isto, não é só conheceres novas culturas, porque viajamos muito, mas também é conhecer novas pessoas e conseguires um bom relacionamento entre todos” assegura Graça Faustino.
Já Gonçalo Morais, de 19 anos, frequenta o primeiro ano do curso de Ciências da Comunicação. Esta é a primeira vez que embarcou na arte da representação e revela que foi por influência de um colega que entrou à descoberta: “Eu já tinha o gosto infiltrado, e então agora foi a gota de água para começar” explica. Gonçalo acredita que a falta que existe em apostar no teatro por parte das instituições e a carência da sua divulgação se tem revelado um factor importante para o afastamento, por parte das camadas mais jovens, no que diz respeito à representação. Mas apesar disto, crê que esta peça «terá uma boa projecção» e que «depois desta edição o público vai ficar motivado para mais trabalhos destes».
O TeatrUBI não se fica só pela Covilhã mas pretende viajar por muitos outros locais para mostrar o seu espectáculo. Além de apresentarem a sua peça por varias cidades de Portugal, Espanha e Istambul são já lugares confirmados, a presença em França ainda está a ser estudada, mas já contam com um convite para viajar até ao Peru. Depois da estreia, no dia 11, a peça repetirá nos dias 12 e 13 de Março no Teatro-Cine da Covilhã.