“Jornalismo na Web: passado, presente e futuro” foi o tema abordado na UBI no dia 4 de Março, e que contou com a participação do editor do Jornal de Notícias online, Manuel Molinos; o director do Setúbal na Rede, Pedro Brinca; e Luísa Melo, do diário IOL.
Manuel Molinos iniciou a sua intervenção recordando que o JN foi o primeiro jornal português na web. O editor do JN, até ao presente, já passou por vários órgãos de Comunicação Social, mas foi em 1993/94 que começou apostar na sua formação na área digital. Embora se empenhe no presente e no futuro, Manuel Molinos assegura que “o JN tem um passado importante”.
Acerca do tema em questão, Molinos fundamentou a sua apresentação na reprodução de um vídeo que, segundo ele, foi produzido no, e pelo, Jornal de Notícias. Este reflectia sobre dois momentos do jornal: o jornal impresso e o jornal online.
Manuel Molinos garante que “no JN todo o elemento multimédia é produzido pelos próprios”. Contudo, ele próprio esclarece que “não queremos ser televisão. Não faz sentido produzir para a web aquilo que se faz na TV”. O editor do JN online fez ainda questão de lembrar, e relembrar, que “o futuro (presente) é a “passagem” da informação para as redes sociais”.
No decorrer da conferência, Luísa Melo, do IOL, falou de uma visão mais retrógrada sobre aquilo que era, e é, o jornalismo na web. A ciberjornalista confirma que no início o jornalismo online não estava bem preparado e que “quem se mudava do jornal em papel para o online era louco”. No que diz respeito ao presente, e ao trabalho que se desenvolve no IOL, “enfrentamos várias dificuldades, uma vez que não existe um suporte em papel”.
Integrado no Grupo Media Capital, e em parceria com a TVI e a TVI24, o diário aposta nas redes sociais não só para seguir as últimas tendências, mas também para se demarcar da concorrência: “Queremos promover aquilo em que somos diferentes. Queremos pôr o que nos distingue no Facebook”, explica Luísa Melo. Com o objectivo de comunicar com os leitores, o IOL aposta na criação de vários sites e no uso das redes sociais, como o twitter e o facebook, para partilhar todos os conteúdos produzidos.
Esta conferência teve também a participação do director do Setúbal na Rede, Pedro Brinca. Nascido a 5 de Janeiro de 1998, com uma estrutura amadora feita a partir de casa, o Setúbal na Rede foi o primeiro jornal exclusivamente digital em Portugal, sem nunca ter tido suporte de papel. É um jornal regional que cobre informativamente todo o distrito de Setúbal. Aquando da sua criação, o director do jornal conta que “estava a globalizar a região de Setúbal”.
Com 12 anos de existência, o Setúbal na Rede nasceu com uma produção muito grande e desenvolveu um projecto pioneiro e inovador. Foi distinguido com o Prémio Gazeta de Imprensa Regional distribuído pelo Clube de Jornalistas. Orgulhoso, o director do jornal sublinha que “fazemos aquilo que um jornal na rede exige”. Este jornal tem um perfil editorial muito bem definido, abordando os grandes temas da actualidade, e conta com 60 mil visitas por mês.
Sendo a Internet aquilo que mais se destacou nesta conferência, Pedro Brinca fez questão de lembrar que ainda existem preconceitos acerca do digital: “ninguém lê; a internet não chega a todos; a internet é boa para miúdos; há pornografia e apelos à violência…”.
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