Luís Fazendeiro e Daniel Lucas passaram o Verão de 2001 a ensaiar a sua primeira actuação. A estreia destes dois jovens músicos do Tortosendo ocorreu em Setembro desse ano, no Salão Nobre do Unidos. O momento ainda hoje faz parte da vida dos músicos, que depressa contagiaram também Miguel e Rui Matos, Bruno Aleixo e António Durães.
Para além “da paixão pela música e da necessidade de criar cada vez mais trabalhos nesta área”, como avança Luís Fazendeiro, todos os elementos são naturais a maior vila do concelho da Covilhã. Talvez por estarem “em casa”, a primeira actuação “foi muito bem acolhida”, refere este guitarrista. Reunido todos os elementos, experimentadas as primeiras músicas surge a necessidade de criar um nome e uma identidade. Com gostos semelhantes, as referências do grupo acabam por recair no metal.
Luís Fazendeiro refere que os “Painted Black” são uma banda de metal de raiz que vão buscar a sua inspiração a vários sub-géneros dentro do próprio metal e até a outros estilos musicais. Para o guitarrista, estas “pinturas” resultam numa mistura de “metal com pinceladas de música ambiental”. O primeiro trabalho apareceu em 2005 e logo nessa altura começaram a despertar a curiosidade do meio. Este ano, pela terceira vez consecutiva, a revista Loud, uma publicação de referência na área musical, considerou-os como a melhor banda nacional sem contrato discográfico. Um cenário que está em mudança, uma vez que o grupo está já na fase final de negociações com uma editora para apresentarem o seu mais recente trabalho.
O novo trabalho, que deve estar no mercado ainda este ano, foi gravado em Braga. Segundo Luis Fazendeiro representa “uma evolução clara tanta em termos de produção como de composição. Penso que estamos um pouco mais pesados mas continuamos a manter o nosso lado mais melódico. Acho que não é um disco que entre logo à primeira audição por isso aconselho as pessoas ouvirem duas ou três vezes para terem uma melhor percepção do álbum”. Sem querer adiantar muitos pormenores, o guitarrista da banda acrescenta que continuam “com as influências Doom, mas estão mais diluídas e há alguns elementos novos na nossa música, que talvez as pessoas não estejam à espera, mas representam o ponto criativo actual da banda e como primeiro álbum também é um novo ponto de partida para nós. Alguns adjectivos que podem caracterizar o disco são: pesado, intenso e melódico”.
Os projectos futuros dos "Painted Black" passam pela aposta na venda deste trabalho e na realização de muitos concertos. Objectivos que esperam alcançar, até porque, “não há muitas bandas em Portugal a fazer a música que fazemos, embora assumo que não estamos a revolucionar o espectro musical ou a criar um estilo novo”, refere Fazendeiro.