Durante as comissões militares, os aerogramas eram o único elo de ligação entre os soldados nas frentes de guerra a as famílias na metrópole. No entanto poucos sabiam que antes de chegarem ao seu destino, todos os aerogramas eram lidos e controlados por elementos da PIDE-DGS. Outra das normas a respeitar na utilização do serviço era a de nunca revelar a verdadeira situação vivida na guerra e fingir que tudo corria bem. Mesmo neste moldes ,os aerogramas foram um importante meio de comunicação que permitiu a muitos militares suportar melhor a sua permanência em África.

Reivindicada pelo Movimento Nacional Feminino (MNF), a utilização de aerogramas foi autorizada a 4 de Agosto de 1961, fruto de acordo entre a Administração Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones (CTT), Correios, Telégrafos e Telefones do Ultramar (CTTU) e o Secretariado Geral da Defesa Nacional. Constituídos por impressos carta, uma folha de papel, com o peso máximo de 3 gramas, dobrável em duas ou quatro partes, de modo que as dimensões resultantes da dobragem ficassem compreendidas entre os 100 x 70 mm, limite mínimo e os 150 x 105 mm, limite máximo distribuídos por uma rede aérea de transporte nos dois sentidos, azul pálido, metrópole – ultramar e amarelo, ultramar – metrópole. No continente cada aerograma tinha um custo de 20 centavos, ficando a sua impressão e distribuição a cargo do MNF, já no Ultramar estavam autorizados a imprimir e distribuir, pelos soldados, apenas os Comandos Chefes e Comandos Militares.   

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