O Teatro Municipal da Covilhã recebeu, no dia em que se comemorou o centenário de nascimento do Nobel de Literatura, 16 de novembro, a peça “Quem se chama José Saramago”.

Dirigida pela encenadora Cristina Silveira, a peça teatral apresentou o trabalho da Companhia de Teatro das Beiras juntamente com o grupo de danças Karlik. No palco, além de interpretar momentos importantes da vida de Saramago, o público foi agraciado com música, coreografia e história.

Cristina Silveira considera que esta peça teatral é uma meditação sobre o erro, numa visão sossegada do universo do escritor português em que se confrontam diferentes fases da sua vida com os livros que a prepararam ou que foram sua consequência. Uma vida e uma obra que “acabaram por merecer-se”. Uma espécie de labirinto em cujo centro reside “a ascensão humana contínua de um homem que viveu desassossegado e escreveu para desassossegar”, conclui a ensinadora.

Por ser uma coprodução entre Portugal e Espanha, de onde veio o grupo de danças, o espetáculo mesclou os dois idiomas, fazendo ressoar no palco as vozes que ora eram de Saramago, ora eram de sua consciência, levando o público a meditar e refletir, através do som, da dança, dos movimentos, das vozes e da envolvente música que ambientou o espetáculo.