A pandemia foi um acelerante de um incêndio que já existia, que era a desinformação, espalhando-se do campo da política para a ciência. As palavras da professora Anabela Gradim abriram o primeiro dia da 4° edição da Conferência Internacional Comunicar Ciência. O encontro, que decorreu no passado dia 6 e 7, juntou académicos e profissionais da comunicação que abordaram os principais desafios da comunicação no meio de um período de incertezas e transformações, trazidas por conta da pandemia de COVID-19.

A primeira sessão plenária da conferência teve como convidada Felisbela Lopes, professora na Universidade do Minho, que abordou a temática “O lugar dos académicos na informação jornalística: as lições da pandemia”. Com experiência na área de jornalismo na saúde, a oradora prestou esclarecimentos acerca dos primeiros impactos e comportamentos midiáticos que a pandemia trouxe para o jornalismo.

O trabalho de Felisbela Lopes como investigadora da informação na área da saúde e das fontes de informação, trouxe à conferência dados que comprovaram um aumento de mais de 100% do uso de citações por fontes científicas em artigos jornalísticos. Porém, a investigadora fez um alerta relativo à incerteza sobre se este panorama se manterá nos próximos anos: “Agora resta saber se isto é um dado que fica ou se fica para o passado. Eu não sei se os jornalistas dizem hoje em dia que estão a trabalhar e ajudar o desenvolvimento do país, como disseram em maio de 2020”.

A IV edição do Comunicar Ciência é um evento dirigido a investigadores, cientistas, jornalistas, estudantes e bibliotecários. O evento, que completa a sua quarta edição, reúne especialistas de Ciências e Humanidades para refletirem sobre os desafios da comunicação