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Estudo a decorrer na UBI analisa impacto das alterações climáticas na habitação social da região
Urbi · quarta, 10 de agosto de 2022 · @@y8Xxv A investigação decorre integrada num trabalho de doutoramento no Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura. |
No mês de julho deste ano registou-se a ocorrência de várias ondas de calor na Península Ibérica e em grande parte da Europa |
21971 visitas Está em desenvolvimento na Universidade da Beira Interior (UBI) um estudo sobre o impacto das alterações climáticas na habitação social da região. O trabalho tem como objetivo investigar medidas de mitigação dos impactos das alterações climáticas nesse parque habitacional, com base em simulações dinâmicas e considerando cenários climáticos atuais e futuros para os anos 2050 e 2080. O estudo, cuja conclusão está prevista até final deste ano, permitirá definir que medidas de reabilitação construtiva – individualmente ou combinadas – poderão obter melhores resultados nestes cenários, relativamente ao conforto térmico das habitações e à sua eficiência energética, numa região com localidades que apresentam invernos e verões bastante rigorosos à escala nacional. A investigação está a decorrer no âmbito da tese de doutoramento em Engenharia Civil do investigador e docente da UBI, Pedro Isaac Brandão, com orientação do docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, João Carlos Lanzinha. Espera-se que o estudo venha a ter um impacto significativo na melhoria das condições de habitabilidade de populações da região, tendo em conta as características climáticas verificadas nos últimos anos e que se prevê poderem ser agravadas num futuro próximo. No mês de julho deste ano registou-se a ocorrência de várias ondas de calor na Península Ibérica e em grande parte da Europa, com considerável repercussão, entre outros, no bem-estar físico dos cidadãos. A ocorrência cada vez mais frequente e severa deste tipo de eventos extremos – que foi de calor neste mês, mas que foi de frio num período de tempo relativamente recente, quando ocorreu o episódio de frio persistente entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 – e o impacto das alterações climáticas têm obrigado a uma reflexão cada vez mais necessária sobre como lidar com estas alterações nos distintos setores da sociedade. No que respeita aos edifícios, a intervenção construtiva – de modo a adaptá-los para obterem um adequado comportamento face a este tipo de fenómenos – tornou-se cada vez mais um tema pertinente de estudo, seja no presente ou considerando as previsões climáticas para o futuro. Aquando da ocorrência da onda de calor de 2003, verificou-se que as temperaturas excessivas foram responsáveis pelo excesso de mortalidade registado nesse ano, pelo que a obtenção de conforto térmico nos edifícios – ou a redução da necessidade de sistemas ativos para o efeito – se torna um tema de estudo muito relevante e com repercussão considerável em pessoas com necessidade de permanecer nos edifícios durante longos períodos de tempo, como residentes com problemas de saúde em habitações ou lares de idosos, ou que trabalhem a partir de casa, prática que a pandemia COVID-19 reforçou. Dentro deste âmbito, as reabilitações construtivas que melhorem o desempenho passivo dos edifícios ganharam uma importância particular com o aparecimento de fenómenos de crise energética decorrentes da recente guerra na Ucrânia, e que são particularmente sensíveis em países do sul da Europa, com altos índices de pobreza energética em muitas regiões e para onde estão previstos os efeitos mais exigentes das mudanças climáticas. |
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