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UBI recebeu colóquio “Jornalismo, media e terrorismo”
João Ferreira · quarta, 13 de abril de 2022 · Pressa de informar e competição entre órgãos põem em risco a deontologia na cobertura mediática de ações terroristas. |
Cartaz da iniciativa |
21991 visitas A cobertura mediática do alegado ato terrorista evitado em fevereiro passado pela Polícia Judiciária na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa dominou a maior parte do debate organizado na UBI sobre as relações entre jornalismo e terrorismo, no passado dia 7 de abril. O conceito de terrorismo, no dicionário de português, significa “prática de atos premeditados de violência dirigidos contra uma classe dominante, um grupo ou mesmo pessoas determinadas, com objetivo de causar terror e derrubar o poder estabelecido, de forma a tentar impor determinados objetivos, geralmente de ordem política.”. O trabalho e o escrutínio jornalísticos em relação a este fenómeno foram o foco do colóquio “Jornalismo, media e terrorismo”, que teve lugar na Faculdade de Artes e Letras . A organização ficou a cargo dos docentes da UBI José Ricardo Carvalheiro, Liliana Reis e Pedro Jerónimo, enquadrando-se nas atividades do LabCom e decorrendo no âmbito do mestrado em Jornalismo. O debate que juntou profissionais do jornalismo teve como convidados o jornalista do semanário Expresso Hugo Franco, a provedora do telespectador da RTP, Ana Sousa Dias, e ainda a formadora e professora de jornalismo Sofia Branco, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas. Os convidados responderam a várias questões apresentadas pelos docentes e alunos presentes. Nas respostas, os oradores puseram em evidência os cuidados que os jornalistas têm de ter no tratamento de casos relacionados com o terrorismo e apontaram falhas no cumprimento do código deontológico por parte de alguns órgãos de comunicação. Questionado sobre a necessidade dos jornais se adaptarem às leis do mercado, à competitividade entre órgãos de comunicação e à exigência de informar os leitores rapidamente, e o risco de falta de rigor que pode provir desses condicionamentos, Hugo Franco afirmou que em muitos casos é possível informar rápido e com qualidade, principalmente quando a informação provém de fontes fiáveis. Mas o jornalista do Expresso, especializado nos temas de terrorismo, não descarta a existência de algumas dificuldades que às vezes encontra. Neste século, os casos de terrorismo em Portugal são raros, destacando-se o recente caso da alegada tentativa de terrorismo na Faculdade de Ciências de Lisboa, evitada pela PJ. O período mais controverso do terrorismo em Portugal foi no século XX, no pós-25 de Abril, no processo revolucionário em curso (PREC), onde se registou um período de grande instabilidade política, com ataques bombistas, fogo-posto, tiroteios, por parte de grupos extremistas da direita e da esquerda do espectro político português. |
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