Um aluno da UBI ficou colocado em primeiro lugar no concurso de bolsas de financiamento da Agência Espacial Portuguesa – Portugal Space. Renato Henrique Morais, que frequenta o doutoramento em Engenharia Aeronáutica, vai desenvolver o tema da segurança espacial no centro de investigação da UBI em Aeronáutica e Astronáutica (AeroG).

A ideia de participar no concurso surgiu no início do ano, contou o premiado ao Urbi et Orbi. “Eu já tinha acabado o meu mestrado em Engenharia Aeronáutica e estava a pensar em fazer doutoramento, estava a tentar encontrar maneiras de arranjar financiamento e foi então que me deparei com o site da Portugal Space e com os seus concursos de bolsas de doutoramento em Portugal, na área do espaço. Rapidamente me apercebi que estas bolsas seriam uma excelente oportunidade”, afirma Renato Morais. “Fui informado que no final do ano de 2021 iria abrir um concurso de segurança espacial, em que o meu trabalho se enquadraria. Então passei o resto desse ano a publicar artigos e a trabalhar no projeto, para ter a melhor hipótese de receber efetivamente a bolsa”, explica o doutorando.

Quando recebeu os resultados do concurso e se apercebeu que tinha ganho a bolsa, o aluno da UBI ficou “em êxtase”. “Quando fiz a candidatura estava confiante no meu projeto, só que estava com  dúvidas, porque o concurso dizia que eram apenas atribuídas duas bolsas e haviam dez projetos a concurso, ou seja, há uma taxa de reprovação de 80%, o que me assustou logo”, acrescenta o estudante de doutoramento. “Muitos dos outros temas que se enquadram nesta subárea de segurança espacial eram temas que eu consideraria, não mais relevantes, mas são problemas a resolver a curto prazo, enquanto que a minha área, o impacto de asteroides, apesar de ser algo com consequências muito mais catastróficas, é algo que não é tão iminente, como os outros projetos”, diz Renato Morais, explicando como a aprovação do seu projeto acabou por surpreende-lo.

Renato Henrique Morais revela que sempre se interessou pela área da segurança espacial e que este tema foi uma das razões pelas quais entrou em Engenharia Aeronáutica. “Quando estava no mestrado, a começar a pensar na dissertação e que temas estavam disponíveis, descobri que um destes temas era o impacto de asteroides e as suas consequências, então fiquei logo fascinado, porque era algo que envolvia duas disciplinas diferentes que são a modulação do impacto e os efeitos e o estudo da vulnerabilidade para o território e para as populações. Este tema é algo de extrema relevância para as populações e é algo que não estava a ser feito em Portugal. Assim, quando acabei a dissertação, apercebi-me que esta área ainda tinha muito potencial, porque o trabalho que eu desenvolvi durante o mestrado não foi por aí além, e gostava de continuar a investigação”, afirma o doutorando.

As expectativas para o doutoramento são aliciantes. “Em relação à tese gostava de conseguir desenvolver uma ferramenta que fosse fundamental para a defesa espacial nacional, ou seja, que as entidades de proteção civil num caso de perigo iminente de impacto de um asteroide pudessem usar o meu trabalho  como instrumento de mitigação”, confessa Renato Morais. “Em relação ao terceiro ciclo de estudos, espero conseguir desenvolver competências que me permitam ser um profissional de excelência e que me deem oportunidades para trabalhar no setor espacial no futuro.”