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Banda da Covilhã faz da música instrumento de paz
Sofia Gabriel · quarta, 23 de mar?o de 2022 · Concerto solidário serviu para promover a angariação de fundos para a Caravana Humanitária de Apoio à Ucrânia, uma missão com o objetivo de resgatar 150 cidadãos ucranianos. |
Concerto de Primavera da Banda contou com quinteto de sopros e o músico Gabriel Silva |
22037 visitas “A Música pela Paz” foi o mote para a 15º edição do Concerto de Primavera organizado pela Banda da Covilhã, que juntou na Capela do Calvário o quinteto de sopros da Banda da Covilhã e o músico Gabriel Silva, como convidado especial. Concretizado este domingo, o concerto solidário foi um reflexo da vontade que o município da Covilhã tem manifestado em ajudar os ucranianos que fogem diariamente da invasão russa. Iniciativa que pretendeu enaltecer e homenagear o povo ucraniano e a primavera como estação da esperança e da vida com a música. O mesmo espírito de entreajuda que tem crescido internacionalmente através de momentos pacíficos de apoio à Ucrânia, como vigílias, concertos e missões de ajuda, também se manifesta na Covilhã. Os covilhanenses têm abraçado solidariamente os milhares de refugiados e crianças que, sujeitas à guerra, têm encontrado exílio em Portugal. Este ano, com uma temática especial, o XV Concerto de Primavera, organizado pela Banda da Covilhã e realizado em igrejas da cidade, celebrou a primavera, a paz e a solidariedade da banda para com o povo ucraniano, numa recolha de fundos para ajudar a Caravana Humanitária de Apoio à Ucrânia. A iniciativa partiu esta segunda-feira da Covilhã e resulta de um trabalho conjunto entre o Serviço Jesuíta aos Refugiados, a Clínica Veterinária da Covilhã e o movimento de solidariedade Cidadania Ativa da Covilhã, em colaboração com outras associações, empresas e particulares. “Este Concerto de Primavera está normalmente associado ao início da estação, que é uma estação de vida e de esperança, e este ano, com um mote muito especial, uma vez que há uma guerra na Europa, o tema foi a promoção da paz pela música”, explica Eduardo Cavaco, presidente e diretor artístico da Banda da Covilhã. O concerto solidário, com a duração de uma hora, contou com a presença de cerca de cem pessoas. “Foi um momento de afirmação cultural do projeto da Banda da Covilhã que nos faz crescer artística, cultural e, neste caso, solidariamente”, revela o dirigente da instituição. Num formato mais reduzido, versão de música de câmara, o evento iniciou-se com um momento de exaltação do povo ucraniano através da interpretação do Hino Nacional da Ucrânia, interpretado pelo quinteto de sopros da Banda da Covilhã, com direção do maestro Carlos Almeida e músico convidado Gabriel Silva. Com a presença de uma família ucraniana, refugiada da guerra, o concerto seguiu-se com um minuto de silêncio por todas as vítimas do conflito e entrega de lembranças da Câmara Municipal da Covilhã e Junta de Freguesia aos refugiados. Na sequência do programa foi ainda lançado o novo projeto da banda, “Música Solidária”, cujo objetivo é “dar acolhimento aos artistas ucranianos, ligados às artes, música e canto na sede da Banda da Covilhã”. “Disponibilizamos as nossas instalações para eles poderem trabalhar e auferirem algum vencimento”, acrescenta Eduardo Cavaco. O momento de solidariedade seguiu-se com a interpretação de variadas músicas do reportório clássico, o tema principal do filme “A Lista de Schindler” e outras composições em louvor da paz através da música e para os crentes através da oração. Numa altura em que, passado quase um mês desde o início do conflito, Portugal já recebeu cerca de 18 mil refugiados, o presidente e diretor artístico da Banda da Covilhã assume que o papel da instituição é “criar momentos em que a música eleva o espírito”. “São momentos solidários, em que damos o nosso contributo e em que abrimos as nossas portas para aqueles que tiveram de fugir das suas terras e casas, e se gostam de música ou são artistas, na Banda da Covilhã têm um porto de abrigo”, explica Eduardo Cavaco. O concerto solidário encerrou com o “Hino da Alegria”, da nona sinfonia de Beethoven, e com a música de Amália Rodrigues “Covilhã Cidade Neve”, numa altura em que a música é vista como um instrumento de paz. “Hoje a guerra entra pelas nossas casas e, se todos nós contribuirmos e pensarmos em paz, essa força de união pode mobilizar e decidir em favor da paz e não de guerra”, realça o presidente da Banda da Covilhã.
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