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Ciclo de teatro universitário estreou com peça do TeatrUBI
Mariana Ferreira · quarta, 23 de mar?o de 2022 · “Tirava-te a dor e ficava com ela” encheu o Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI. A peça do género teatro pós-dramático abriu o festival. |
Interpretes da peça "Tirava-te a dor e ficava com ela" Foto: Mariana Ferreira |
21984 visitas O 26º Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior abriu, dia 17 de março, com a peça “Tirava-te a dor e ficava com ela”, um espetáculo do TeatrUBI, criado, encenado e dirigido por Rui Pires, com interpretação de João Gomes, Maria Antónia Marques, Rafaela Schimitt, Rita de Andrade e Thais Teixeira. O evento foi de entrada livre, no entanto apelou-se a uma contribuição voluntária a favor da Ucrânia. O espetáculo insere-se no género de teatro pós-dramático, que mistura várias linguagens artísticas. “A peça é bastante visual, muito pouco texto. Eu trabalho sempre com o corpo, com a linguagem corporal, com o movimento, com a dança, com muitas improvisações, que é o tipo de trabalho que permite ao público interpretar, relacionar o que vê com a sua vida, os seus conhecimentos, as suas leituras, os seus amores e desamores”, explica Rui Pires. “O objetivo é que cada espetador possa construir a sua narrativa, a sua história”, acrescenta o encenador. O teatro é a arte efémera que termina assim que terminar o espetáculo. Mas Rui Pires pretende com esta peça é que de alguma forma o espetáculo se perpetue por alguns dias ou algumas horas na mente das pessoas. “Se alguém que venha ver o espetáculo, uma semana depois, na sua vida normal, se lembrar de uma imagem da peça, já é um pouco perpetuar o que aqui hoje fizemos e isso já muito bom para mim”, esclarece o encenador. A peça começou a ser trabalhada no início de novembro, com ensaios quatro dias por semana, cada um com duração de três horas, com os alunos da UBI. Este ano, dos cerca de 40 estudantes que entraram no TeatrUBI, resistiram cinco. Um deles é Thais Teixeira, aluna de engenharia eletrotécnica, que independentemente de seguir o ramo da eletrotecnia cultiva em si uma paixão muito grande e muito antiga pelo teatro, e encontrou na UBI a oportunidade de dar asas a esta arte. “Assim que cheguei à universidade não perdi tempo em procurar um grupo de teatro e não me arrependo”, diz a atriz.
TeatrUBI existe há 36 anos O grupo de teatro universitário da UBI é dos grupos mais procurados a nível de festivais internacionais e já levou o nome da universidade a quatro continentes. Recebeu prémios em países como Espanha, em França, no Brasil, na Venezuela, na Turquia e ainda em novembro marcou presença num festival em Marrocos onde ganhou dois prémios. “Apesar de sermos uma universidade e um grupo de teatro do interior, e também bastante recente, só temos 36 anos, somos dos grupos universitários portugueses que tem maior reconhecimento lá fora, o que deveria ser motivo de orgulho para toda a comunidade universitária”, conclui Rui Pires. O festival de teatro que nasceu em 1996 é o ciclo de teatro universitário mais antigo do país, e este ano, regressando aos palcos após anos difíceis para a cultura, conta com grupos universitários de Lisboa, Coimbra, Évora, Gijón e Cáceres (Espanha). O festival de teatro começou inicialmente por ser organizado apenas pelo grupo de teatro da universidade, no entanto, com o aumento do nível de exigência e o número de dias de apresentação, aliou-se à companhia de teatro profissional ASTA, que passou a organizar o festival em parceria com TeatrUBI desde 2010. |
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