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Matemática também é arte
Sofia Gabriel · quarta, 16 de mar?o de 2022 · Festival organizado na Covilhã pretende “levar a matemática para fora das salas e de forma gratuita”, salienta Ana Luísa Salcedas, da organização. |
"As canções de Pi", peça original para saxofone solo de José Martins interpretada pelo músico João Salcedas. |
22054 visitas Juntar a arte e a criatividade à matemática é uma das propostas que o Festival de Matemática pretende lançar às escolas e à comunidade do concelho da Covilhã, designada como a Cidade do Pi. Após, um ano de comemorações em regime online, a 4º edição do Festival regressou de 11 a 14 de março ao município e agrupamentos da cidade neve. O Festival de Matemática, com início em 2019, surgiu de uma iniciativa por parte de um grupo de docentes da área em colaboração com a Câmara Municipal da Covilhã. Inspirados pela forma da Ponte da Carpinteira e pelo logotipo da cidade da Covilhã, o grupo de professores procurou aliar a forte tradição da arte e cultura ao número do Pi. “O Festival foi uma iniciativa de alguns professores da cidade, e da UBI que acharam que a ponte pedonal tinha o formato de um Pi, vista em determinadas perspetivas e em determinados ângulos, acharam que a cidade merecia o nome de Cidade do Pi e começaram a pensar que seria bom fazer um destaque do Pi, que é um número com alguma magia para a matemática”, realça Ana Luísa Salcedas, professora de matemática da Escola Secundária Quinta das Palmeiras e membro da organização. Celebrado durante três dias, o festival tem como principal objetivo, para além de assinalar, o Dia do Pi, que se comemora a 14 de março, divulgar a matemática e fundamentalmente “promover a criatividade” nos alunos e nas escolas da cidade. “Ver como a matemática é um pilar de muitas outras áreas da ciência, que a matemática se consegue fazer de forma lúdica, agradável e ligá-la a outras áreas como a música, à pintura, é muito fácil encontrarmos matemática por todo o lado”, refere Ana Luísa Salcedas. Regina Gouveia, vereadora da educação e cultura da Câmara Municipal da Covilhã, reforça ainda que “o dia do Pi serve sobretudo para lembrar a matemática como uma área de relevância muito transversal, como são outras efemérides que servem para demarcar no calendário temas, neste caso uma área de conhecimento e de estudo”. Este ano, a 4º edição do festival, contou com palestras online e presenciais, um circo matemático de arte de rua, uma peça organizada pelo grupo teatral ASTA, a orquestra de sopros da Escola Profissional de Artes da Covilhã (EPABI) e atividades nas escolas e agrupamentos do concelho. “É um festival que embora tenha um programa muito rico e muito relevante, faz abordagens à matemática muito diferentes, relaciona com a matemática várias artes, explora no fundo a matemática de um modo, que visa aproximar mais as crianças, os jovens desta área disciplinar e de conhecimento”, realça a vereadora. O grande destaque do programa deste ano foi a apresentação da palestra sobre o Pi na música, que juntou cerca de 60 pessoas, no passado sábado na Biblioteca Municipal da Covilhã. O encontro abordou a forma como os números são tratados em conjunto com a música de várias linguagens, vertentes e a sua importância. Seguiu-se a peça para saxofone “As canções de Pi”, do músico e compositor José Martins, uma composição original para saxofone solo interpretada pelo músico João Salcedas. Canção de Embalar, Canção da Jornada, Canção de Pastoreio e Canção de Bailar são o conjunto de quatro temas que integram “As canções de Pi”, que José Martins compôs como “um motivo para juntar pessoas para falar de assuntos, seja o que for, não só do Pi, mas juntar e falar com as pessoas”, explica. Para esta celebração, no dia 14 de março, foram ainda realizadas um conjunto de atividades em todos os agrupamentos, não só do ensino público, como no Conservatório de Música da Covilhã e EPABI. Nas atividades foi dada liberdade aos alunos para se expressarem sobre o Pi, através de desenhos, poemas, ilustrações e ainda exposições de pintura alusivas ao dia. “A principal virtude deste evento é mesmo o facto de ser construído de dentro para fora, pelos próprios professores e envolvendo logo alunos com vários desafios, com dinâmicas diversas”, reforça a vereadora da Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia.
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