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Desconstruir o assédio através da conversa na FAL
Eunice Parreira · quarta, 16 de mar?o de 2022 · @@y8Xxv Envolver a comunidade e assegurar um espaço público onde temas sensíveis são debatidos é uma das preocupações da presidência da faculdade. |
Graça Rojão, Catarina Moura e Henrique Barum discutem com os participantes o assédio e as suas implicações. |
22005 visitas Com o objetivo de reforçar o sentido de comunidade, a Faculdade de Artes e Letras (FAL) iniciou na passada quarta-feira o primeiro encontro do ciclo de conversas “Vamos FALar? A comunidade à conversa”. A iniciativa, que decorre de março a junho, procura discutir temáticas relevantes, em jeito de conversa, entre a comunidade e três convidados. A organização funciona em parceria com a Coolabora e com o apoio do mestrado em comunicação estratégia da UBI. “Género(s) e Assédio(s)” foi o tema da primeira conversa, que reuniu, no hall da FAL, Catarina Moura, docente do Departamento de Artes da FAL e nomeada para a Comissão de Igualdade da UBI, Graça Rojão, presidente da associação de ação social Coolabora, e Henrique Barum, doutorando de Ciências da Comunicação da FAL. “É importante desnaturalizar estas questões, tirá-las debaixo do tapete, trazê-las para a reflexão coletiva, trata-se de uma forma de desocultar violências que têm estado implícitas e que fazem parte também do quotidiano”, salientou Graça Rojão em declarações ao Urbi. Os participantes partilharam as suas dúvidas, experiências e receios num debate focado na desnaturalização do assédio, na discussão das variadas formas sob as quais pode acontecer e no reconhecimento que o assédio é um problema transversal a qualquer género. Henrique Barum destacou a importância de dar visibilidade à comunidade LGBTQ+ para que esta se sinta incluída na discussão. “É preciso falar, é preciso deixar claro que isso não é normal [o assédio], que isso não é bom e que deve ser assumido e combatido, por isso, havia uma certa prioridade em relação ao tema”, explicou André Barata, presidente da FAL. E, considerando que, na União Europeia, uma mulher em cada duas já foi vítima de assédio, segundo os dados do executivo comunitário desta entidade, a desconstrução do tabu relativo a este tema também é crucial para Catarina Moura. A docente da UBI realçou que a educação acerca do assédio deve começar desde cedo, tendo a universidade um papel de continuidade no alerta para este tipo de violência. O papel desta instituição é uma preocupação para André Barata, que defende a faculdade enquanto espaço público de discussão de temas sensíveis e atuais em comunidade. “Muitos dos estudantes é a primeira vez que têm um espaço público onde discutem, onde conversam além do que era a escola e do que era a família”, reforçou o presidente da faculdade. A iniciativa volta a ter lugar no dia 11 de maio com o tema “Desigualdades e Discriminações” no hall da FAL. E encerra no dia mais longo do ano, 21 de junho, com o mote “Sentidos e Convívios” para demonstrar um lado mais positivo, focado em respostas em vez de problemas, seguindo-se a Festa do Solstício na parada. “Todos os anos faremos [o ciclo de conversas] a não ser que alguma coisa nos impeça”, revelou ainda André Barata. |
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